Discreto, sério, culto e educado,
Segue em visita a uma livraria.
Relê um conto, lê uma poesia.
“São tantos livros!” – pensa emocionado.
Até lamenta não ter dedicado
A vida inteira simplesmente a lê-los.
Mas, eis que surge um par de tornozelos,
No pé esquerdo, um trevo tatuado.
As panturrilhas e cada joelho,
Coxas que somem sob o tom vermelho
De um vestido fino e sensual.
E, sem esforço, aquela criatura
Logo desvia da literatura
Toda a atenção do intelectual.
Marcos Mairton da Silva, Fortaleza-CE, é juiz federal, mestre em Direito Público (UFC) e MBA em Poder Judiciário (FGV Rio). Juiz Auxiliar do STJ. Escritor, poeta, cordelista, compositor e colunista do JBF
Uma honra para mim ver meu soneto em sua coluna, Pedro Malta.
Grande abraço!
Caramba! Esse é um soneto que como todo bom soneto define um conceito com tão poucas palavras. Parabéns ao ilustre poeta!