XICO COM X, BIZERRA COM I

Eu vejo um homem triste, pelos cantos, voz muda, segurando a mão de uma mulher carrancuda a quem chamam solidão … De repente, ele fecha os olhos e, sorriso largo, passa a fazer versos brandos que alumiam o céu, de tão doces que são. O homem, agora poeta, tira o chapéu e de sua cabeça brotam luzes, e flores, e pássaros e cores. E sua alma também ri. A dama carrancuda solta-lhe a mão e, como se uma valsa ouvisse, rodopia no salão com um sorriso o seu rosto a estampar. Tristeza já não há. Eu vejo um homem alegre dançando uma valsa: notas sutis, passos gentis, segurando a mão de uma mulher também feliz a quem chamam alegria. . .

4 pensou em “O HOMEM QUE FAZIA VERSO

  1. Saudades do amigo Drummond. Esse Xico Bizerra é um cidadão perigoso, mexendo sempre com o coração da gente. Se tiver um enfarte, já sabem que foi o culpado.

  2. Minha intenção ao escrever a coluna desta semana foi apenas prestar modesta homenagem aos Poetas. Escolhi uma ilustração com Drummond, como poderia ter escolhido Manoel de Barros ou Pessoa ou Bandeira ou Cecília. Afinal, todos tem sob seus imaginários chapéus fartura de luzes, flores, pássaros e cores.

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