DALINHA CATUNDA - EU ACHO É POUCO!

À musa peço licença
para essa história contar,
que venha a inspiração,
pois em versos vou narrar,
com argumentos que tenho,
rimas não irão faltar.

Vou falar neste cordel
de um céu sempre presente
na vida duma menina
curiosa e inteligente
que, olhando para o céu,
deu asas a sua mente.

Por ter nascido bem cedo,
no momento da alvorada,
seu nome foi escolhido
em homenagem à chegada,
e, com o nome de Aurora
ela assim foi batizada.

Aurora ainda criança
ouvia sua mãe cantar
diferentes acalantos
para o seu sono embalar,
de tanto ouvir, aprendia
as cantigas de ninar.

A cantiga do gatinho
ela tinha decorado:
“desce já, desce, gatinho,
lá de cima do telhado,
para ver se essa menina
dorme um sono sossegado”.

Quando sua mãe dizia:
“ô dona lua, ô luar,
pega aqui a minha Aurora
para ajudar-me a criar”,
Aurora olhava pro céu
e via a lua a brilhar.

Olhando pro céu, Aurora
se pegava a imaginar
nas alvas nuvens do céu,
carneirinhos a pastar,
para dormir inventou
de carneirinhos contar.

A menina foi crescendo,
olhando para o infinito
e, querendo desbravar
aquele mundo bonito,
onde cada aparição
desenhava um novo rito.

O céu era com certeza
o seu mundo encantado,
da janela do seu quarto,
podia ser alcançado,
novidade não faltava
no horizonte renovado.

Um dia, Aurora acordou
e viu o céu estrelado,
a lua vestindo prata,
deixava o céu prateado,
viu a rainha da noite
deslumbrante em seu reinado.

A lua chamava atenção,
mas as estrelas também,
tinha de grande a pequena,
piscando como ninguém,
feliz sorria Aurora,
com tudo que do céu vem.

Lá no meio das estrelas,
viu uma bem diferente,
brilhava com intensidade,
como era reluzente,
descobriu a Estrela Dalva,
Vênus, para muita gente.

Viu três estrelas juntinhas,
e queria saber mais.
A mãe logo respondeu
para não ouvir seus ais.
Elas são As Três Marias,
não se separam jamais.

Olhando a lua no céu,
noites e noites, ficava
perdida em contemplação,
das formas se admirava,
sem entender as mudanças,
à sua mãe perguntava:

Minha mãe, por que a lua
Nasce, às vezes, diferente?
– A lua tem quatro fases,
são: lua nova e crescente,
a lua cheia e minguante,
disso fique bem ciente.

Gostava da lua cheia
com o clarão do luar,
gostava da lua nova,
era um barquinho no ar,
gostava tanto da lua,
que aprendeu desenhar.

Um dia, Aurora acordou
bem antes do sol raiar,
ficou de boca aberta,
sem querer acreditar
naquele céu colorido,
diante do seu olhar.

Abriu mais sua cortina,
escancarou a janela,
para ver no horizonte
aquela paisagem bela,
a natureza pintando
no céu a mais linda tela.

Um painel bem colorido
tomava todo o arrebol,
fazendo os preparativos
para a chegada do sol,
e assim retirava Aurora
do aconchego do lençol.

As cores foram sumindo,
mudando a tonalidade,
no céu do amanhecer,
prenúncio de claridade,
Aurora testemunhava,
cheia de felicidade.

Raios chegaram primeiro,
o sol em seguida chegou,
os passarinhos cantaram,
bem longe, o galo cantou,
quando o sol rompeu o dia,
a luz celeste brilhou.

O tempo foi se passando,
mas Aurora não perdia
o interesse pelo céu.
a sua grande mania,
na escola se interessava
por aulas de astrologia.

A origem do seu nome
a sua mãe lhe contou:
Deusa do Amanhecer,
porque quando o sol raiou,
trazendo luz e calor,
Aurora, você chegou!

No Céu Mágico de Aurora,
sempre cabe mais criança
pra brincar de ser feliz,
com respeito e confiança,
celebrando a alegria,
cultivando a esperança.

2 pensou em “O CÉU MÁGICO DE AURORA – Um Cordel Infantil

  1. Que belezura é o Céu Mágico de Aurora: Adorei!

    A lua adorou também o texto, certamente, mas deve ter pensado: Belezura mesmo, mas eu ainda acho é pouco!.

    E para provar isso, ela se transformou e chegou chegando, toda faceira – no modo Superlua Azul – nas noites dos dias 30 e 31 de agosto.

    Há quem diga que ouviu do alto a lua cantar:

    Olha pro céu, meu amor
    Vê como ele está lindo!

    Ora direis, ouvir satélites, certo perdeste o senso!
    A lua cantando! Pode, isso?

    Eu vos direi no entanto: Não sei, só sei que foi assim.

  2. Obrigada por ter gostado da mina histórria, feita em versos decordel.
    Tem tempos que estou morando num sítio e a lua azul apareceu belíssima por aqui.

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