XICO COM X, BIZERRA COM I

Na antena esquerda da borboleta amarela, no quadro dependurado na varanda do primeiro andar da casa de Gravatá, mora um besouro pequenino. Ali, ele achou de fazer sua minúscula casinha. Lá está ele, feliz, apesar de solitário. Tempos atrás, ao lado, fez-lhe companhia, certamente por inveja de tão privilegiado lar, um casal de maribondos, tão pacíficos quanto seu vizinho. Nunca nenhum deles aperreou o plácido besourinho, companheiro da paz e inimigo dos malfazeres. Foi respeitado o seu direito de viver em Paz. Tudo acumpliciado pelo olhar terno de minha Pata-de-Elefante. E assim viveram, besouro e maribondos, estranhos ao que acontecia fora de seus mundos tão diferentes e iguais, saboreando profanos mistérios e absorvendo sagradas descobertas de respeito mútuo entre eles, com mais raciocínio e inteligência que nós, humanos, doidos por uma briguinha, loucos por uma guerra. Acho que São Francisco de Assis, que me protege e a minha casa vela, é o responsável por esse clima de união. Certamente o Santo Chico, o Santo dos bichos, também é protetor de besouros e maribondos. Eles, o Santo, minha Pata-de-Elefante, o besouro e os maribondos, nos ensinam que a Paz é possível.

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3 pensou em “O BESOURO E O CASAL DE MARIBONDOS

  1. Mestre, parabéns por nos contar com sabedoria a harmoniosa civilidade entre o besourinho solitário, mas feliz no seu mundo natural, o casal de maribondos, que chegou depois, mansinho e não criou problemas, e harmonizou mais ainda o ambiente.

    Seus contos contam tudo o que gostaríamos de encontrar num conto: harmonia igual o que a Natureza nos proporciona.

    O mestre tem um coração feliz e de bem consigo mesmo.

    Que bom seria que todos os homens pensassem assim: deixando besouros e maribondos viverem em paz curtindo a natureza e vivendo em paz?

    O mundo não seria bem melhor?

  2. Seu Xico Bizerra,

    Escrevi uma crônica-relato em parceria com meu filho Luis Antonio Tavares Portella que faz o curso de biologia na Unicap (PE), sobre a pandemia da Peste Negra, que sairá na minha coluna do dia 08.02.2021.

    Antecipo ao grande poeta que assista ao documentário logo abaixo do texto, que encontrei na Internet, relatando as atrocidades praticadas pelo homem mesmo em plena pandemia. Ao invés de solidariedade, atrocidade.
    A mesma cantilena de hoje: o governo solta verbas para a saúdo, os prefeitos bandidos furtam!

    Impressionante!

    Será que Nelson Rodrigues tem razão quando diz que o mundo será governado pelos idiotas e, eu acrescento: assassinos!

    Eu lhe recomento a leitura. Está muito bom.

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