PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Nesse País de lenda, que me encanta,
Ficaram meus brocados, que despi,
E as joias que p’las aias reparti
Como outras rosas de Rainha Santa!

Tanta opala que eu tinha! Tanta, tanta!
Foi por lá que as semeei e que as perdi…
Mostrem-me esse País onde eu nasci!
Mostrem-me o Reino de que eu sou Infanta!

O meu País de sonho e de ansiedade,
Não sei se esta quimera que me assombra,
É feita de mentira ou de verdade!

Quero voltar! Não sei por onde vim…
Ah! Não ser mais que a sombra duma sombra
Por entre tanta sombra igual a mim!

Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)

Um comentário em “NOSTALGIA – Florbela Espanca

  1. Florbela quer encontrar o país onde nasceu e que era infanta (jovem princesa até os 6 anos). A felicidade de outros tempos

    Mas que país é este? De lenda, onde se despiu de suas joias de suas posses.

    Bela então já não sabe mais o caminho da volta, já não sabe mais se este sonho era de verdade ou mentira.

    Se sentia insignificante (a sombra de uma sombra) entre tantas outra iguais a ela.

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