A PALAVRA DO EDITOR

Ontem, numa postagem publicada na seção “Deu no Twitter”, intitulada PETISTA DE REDAÇÃO QUEBROU O FUCINHO, fiz um comentário usando as expressões “morte morrida” e “morte matada“.

Um estimado amigo e companheiro de zap, residente em Blumenau-SC, e com o qual troco mensagens diariamente, me perguntou que danado seria isto.

Ficou muito curioso.

E eu expliquei pra ele que estas peculiares expressões são muito usadas no linguajar do povão daqui da Nação Nordestina.

A primeira, “morte morrida”, é quando alguém se encanta naturalmente.

Já a outra, “morte matada”, é quando o falecido foi vítima de assassinato.

Fui na minha estante e peguei o clássico Morte e Vida Severina, da autoria do saudoso recifense João Cabral de Melo Neto, um dos maiores poetas da língua portuguesa.

Severino, o personagem desta magnífica obra, em sua caminhada do sertão rumo ao litoral, conforme o enredo do livro, cruza com um cortejo fúnebre, “dois homens carregando um defunto numa rede” e questiona os que levavam o falecido:

Ou seja, o personagem de João Cabral havia sido assassinado.

Numa emboscada, conforme consta deste trecho do poema acima reproduzido.

Dois exemplos pra fechar a postagem:

No último dia 4 deste mês de março, encantou-se, por morte morrida, a grande artista Adelaide Chiozzo, uma grata lembrança da minha infância, nos filmes da Atlântida que eu via no Cine Apolo, em Palmares.

Já atual presidente Jair Bolsonaro escapou da morte matada quando foi esfaqueado em Juiz de Fora, em setembro de 2018.

Pronto: está tudo dito.

2 pensou em “MORTE MORRIDA E MORTE MATADA

  1. Morte e Vida Severina foi um livro que me marcou muito, pois quando fiz vestibular pela primeira vez, no longínquo 1979, este era o livro exigido no concurso. “Morte que se morre de velhice antes dos 30, de.emboscada antes dos 20, de fome um pouco por dia”.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *