Quem foi que te pintou? A velhinha, o curupaco ou o macaquinho? Não importa quem foi o pintor. O que sei é que o serviço foi muito bem feito. Disso me convenci quando no meu jardim ela apareceu, uma solitária lagarta pintada. Linda como ela só. Matá-la? Claro que não. Não se mata animalzinho tão lindo, pequenina zebra frustrada do reino dos bichos maiores, cachecol colorido que passeia além dos pescoços alheios. Nenhum mal faz à gente ou às plantas e, como se não bastasse, embeleza nossos jardins. Vai além: cuida do desenvolvimento do verde devorando as folhas e transformando seus dejetos em adubo orgânico para que as plantas fortaleçam seu sistema imunológico. Deixemo-la flutuar por entre as flores, fogosa e feliz, rodopiando com seu andar requebrado. Dói-me, apenas, vê-la tão desacompanhada. Nunca a vi com seu par. Com quem trocará palavras, a quem dirá de suas alegrias e tristezas? Seria melhor se fosse uma borboleta, voando flor em flor e vendo tudo lá de cima? Não sei. Sei que me deixa feliz sua estadia no meio de minhas flores, junto ao pé de manacá, contemplando com um olhar meigo a minha pata-de-elefante. Que vá até o jardim vizinho, até permito, num passeio matinal, tornando também feliz meu amigo Renato e sua mulher Lena. Mas que não se demore e volte ligeirinho ao jardim de origem. Eu vi primeiro!
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Xico, você sabiam que as lagartas “conversam”, se não umas com as outras, com certeza conversam conosco. Isso quem afirmou foi minha Avó, “intérprete de Libras” de alguns animais. Segundo ela (minha Avó), elas até (as lagartas) se despedem umas das outras, quando alguma vai para o casulo, antes de se transformar numa voadora e pintada borboleta.
Olá, Seu Ramos. Que boa essa descoberta de que elas conversam e se entendem. Só espero que na despedida, quando minha lagarta preferida for pro casulo antes de virar borboleta, me prometa que virá voar sobre minhas plantas e que comigo trocará ideias. Abraço, meu caro Ramos.
Mais um traço da pena de um gênio, Xico Bizerra. Maravilha. Abraços.
… e generosidade é um traço característico do caráter dos homens bons. Só tenho que tirar o chapéu e, com a maior das humildades, dizer MUITO OBRIGADO ao Padre José Paulo.