Rodrigo Maia e Alcolumbre
A pretensão, sabidamente sem-cerimônia, de Rodrigo Maia e Alcolumbre, de obter estribo legal para se lançarem à reeleição dos cargos que ocupam, desmoronou. Por seis votos a cinco a Suprema Corte desamparou a sonhada aspiração dos dois; inflamados de apego pelo poder. “Nem sempre as salvações estão onde se supunha que estivessem””.
Agora, apeados do poder, abre-se a ensancha para que outros parlamentares, quiçá de essências preciosas, possam timonear as casas do Legislativo Federal. A igualdade de oportunidade é da essência da democracia. Demais, o mundo é caracterizado por mudanças, impossíveis de serem refreadas.
A esses dois, febris de ambições descomunais, aliás, às voltas com a indigestão do mal logrado propósito, restam as memórias de mesa farta e gustativa.
O poder – pródigo em amabilidades cativantes e benignidades doces feito o mel – exerce tamanho fascínio que muitos se tornam dele cativo. Mas o vezo de querer se eternizar no poder, sem ligar importância a constrangimentos, não é exclusividade dos brasileiros, mas dos inquilinos da terra. Que digam os fastos da história, refertos de exemplos.
É imperativo adscrever que o placar de seis votos a cinco poderia ter sido de onze a zero. Sucedeu, todavia, que alguns magistrados da Suprema Corte não se deram conta do tamanho da obviedade do dispositivo constitucional que brida os desígnios dos interessados.
O que seria de um povo sem uma LEI FUNDAMENTAL para circunscrever possibilidades e bridar os excessos?