CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

A FOME E O MEDO

Quem é mais destemido, a fome ou o medo?

A fome é um ser impalpável, aparentemente frágil, mas, no silêncio de sua fragilidade esconde força descomunal; prefere hábitos sorrateiros. O medo é outro ser impalpável, se empenha em fazer-se parecer maior do que realmente é; prefere hábitos aterradores. A fome dissimula seus propósitos. O medo rosna e alardeia para que o rodelo da sua palmatória pareça maior.

Para atender aos reclamos do bucho, os bichos se arriscam aos perigos representados pelas iscas que os homens instalam nos cevadouros. Isso avaliza enunciar que a fome se impõe ao medo. Os humanos, igualmente, pelo instinto da própria conservação, abandonam seus tetos, quando os tem, e saem errantes, rua acima, rua abaixo, à cata dos refugos das geladeiras lautas, apesar dos perigos representados pela pandemia. É o instinto da sobrevivência, própria, ou dos filhotes. “A licença dos instintos devora e queima a vida”

No próximo capítulo debateremos: Quem é mais destemido, “o ímpeto da paixão ou a consciência do dever? ”

Um comentário em “JACOB FORTES – BRASÍLIA-DF

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