Sinto que, às vezes, choras, minha Irmã,
No teu sombrio quarto recolhida…
É que ela vem rompendo a sombra vã
Da Morte, e lhe aparece à luz da vida!
E aflita, como choras, minha Irmã…
Teu choro é tua voz emudecida,
Ante a imagem da Filha, essa manhã
Em profunda saudade amanhecida.
Silêncio! Não palpites, coração;
Nem canto de ave ou mística oração
Um tal idílio venha perturbar!
Deixai a Filha amada e a Mãe saudosa:
A Filha a rir, de face carinhosa,
E a Mãe, tão triste e pálida, a chorar…
Colaboração de Pedro Malta