O Brasil sem ter comando
Virou de ponta cabeça
Por incrível que pareça
Tudo vai desmoronando.
No Sul enchente matando
No palácio, negligência
E o povo sem paciência
Vendo o país devastado;
Um cavalo no telhado
Um burro na presidência.
Quem votou em vigarista
Já sente o drama na pele
Hoje até quem fez o L
Vive triste e pessimista.
Quem elegeu comunista
Grita pedindo clemência
Diante da impotência
Desse ser degenerado;
Um cavalo no telhado
Um burro na presidência.
Só vive de fanfarrice
Viajando o mundo inteiro
Torrando o nosso dinheiro
Com tamanha canalhice.
Faz de fantoche o seu vice
Num amor de aparência
Nos conduzindo a falência
Deixando o pobre de lado;
Um cavalo no telhado
Um burro na presidência.
Hoje resta o sofrimento
Num pesadelo sem fim
Haja feno, haja capim
Pra cavalo e pra jumento.
Salário sem ter aumento
Greve sempre em evidência
Certeza só a ausência
De um governo fracassado;
Um cavalo no telhado
Um burro na presidência.
Eita inspiração divina do Raimundo Goró. Rapaz, isso é o que chamaria de “Poesia Concreta”, como diria o saudoso Millor Fernandes. Pedro mostrou-nos como um poeta conseguiu unir a beleza de uma poesia a uma desgraça como o govêrno de um burro, a luta emocionante de um cavalo e a dura realidade do pensamento de um povo sofrido, enganado, mas ainda com esperança. Parabéns por mostrar-nos essa lindura, meu caro Pedro. Tenha um excelente final de semana, cheio de saúde e alegria, junto aos seus.