Seremos como dois lírios enfermos
Que morrem numa jarra abandonada.
O acaso nos mostrou a mesma estrada
E sonhamos ao luar dos mesmos ermos.
Abençoou-nos o mesmo azul, sem termos,
Ao descambar da véspera sagrada.
E hei de ter, e terás, ó bem amada,
Tranqüilidade e paz para morrermos.
Ah! Tu bem sabes que não tarda o outono…
Perder-nos-emos pela escura brenha,
Pelos ínvios sertões do eterno sonho.
Em que nos baste, amor, termos vivido
Em meio desses corações de penha
Sem o lamento inútil de um gemido!
Colaboração de Pedro Malta