Polícia faz operação em favela dominada pelo crime organizado no Rio de Janeiro
A segurança pública é, talvez, a nossa principal preocupação. Estamos inseguros não apenas nas grandes cidades, mas também no interior do país, até nas cidades menores. Eu vi a bandidagem chegar ao Rio de Janeiro, e era fácil prever que, se não houvesse uma reação popular contra os bandidos, o crime tomaria conta, como acabou tomando. A bandidagem domina o Rio de Janeiro, já tem seu território próprio, e está dominando áreas de outras grandes cidades. Em São Paulo, há lugares onde é difícil a entrada da polícia. Capitais como Porto Alegre e Salvador também têm regiões perigosas.
Mas, como eu dizia, isso só chegou a esse ponto porque a população do Rio de Janeiro permitiu. E como é possível a população permitir, como é possível não perceber que uma grande parte da mídia está contra a polícia e a favor dos bandidos, e por isso é responsável por nossa insegurança, porque não apoia os agentes da lei? Jair Bolsonaro chegou ao governo apoiando claramente a polícia. O crime despencou só com a percepção de que a polícia tinha apoio. Mas agora a polícia se sente constrangida por decisões do Supremo em relação a áreas do Rio de Janeiro, ou pela audiência de custódia, que solta bandidos.
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Juiz desfaz trabalho gigantesco que prendeu megatraficante colombiano
No Amazonas, a polícia, com a ajuda do serviço de informações, levou 25 horas de barco para chegar ao esconderijo de um traficante colombiano, e o prendeu. Juan Carlos Urriola estava com o equivalente a R$ 20 milhões em drogas. Na audiência de custódia, Urriola foi solto porque o juiz considerou que ele não tinha antecedentes criminais. Mas é claro que não tinha! Ele veio da Colômbia; provavelmente era um narcotraficante com muitos antecedentes criminais por lá, e resolveu vir ao Brasil para se livrar da Justiça colombiana. E este é um bom negócio, porque a Amazônia está cheia de traficantes e de drogas, tanto que o narcotráfico já é um dos grandes compradores de ouro na região, para poder transacionar já com o dinheiro lavado.
O juiz soltou Urriola e é claro que nunca mais esse colombiano será capturado. A Corregedoria da Justiça estadual afastou o juiz previamente, para saber por que ele soltou o traficante. A justificativa foi a de que ele não tinha antecedentes criminais; será que é ingenuidade isso?
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Brasileiro que acha graça em descumprir regras fica tolerante com a bandidagem
Outro problema é a postura de brasileiros que acham bonito enganar a lei. É aquela cultura do malandro carioca, tão elogiado na música; mas aquele era um tempo romântico do malandro, que fazia seresta, se envolvia em coisa pequena. Mas no Rio de Janeiro começou a história do jogo do bicho, que é ilegal, contravenção, porque é jogo de azar, cujo resultado depende da sorte. Está escrito na Lei de Contravenções Penais. Então, vocês sabem muito bem que não é apenas o bicheiro que comete contravenção. Mas, enfim, as pessoas acostumaram e vieram outras coisas, como essa ligação com o carnaval. E o povo foi naturalizando, achando que era normal.
Falando com um amigo paulistano, comentei com ele sobre o casal brasileiro que fez bagunça no aeroporto de Miami e foi preso. O amigo respondeu “vai ver que estão acostumados a fazer bagunça em Congonhas ou Guarulhos, e não acontece nada”. A polícia norte-americana disse que jogaram um copo de café no rosto de um funcionário da American Airlines, que começaram a dar pontapé na porta.
O casal tinha ido de Brasília para Miami, e ia de Miami para Cancún, mas acabou não embarcando. Eles tinham poltronas na fileira da porta de emergência e perguntaram se eles entendiam fluentemente o inglês. O homem respondeu que não era fluente, e a companhia aérea disse que, então, eles não poderiam se sentar lá. Quem viaja sabe: os funcionários sempre perguntam aos passageiros se eles têm força muscular para abrir a porta, se têm mobilidade para se afastar imediatamente, se estão entendendo as instruções, do contrário não podem ficar na porta de emergência.
O casal se irritou porque, como só havia um outro lugar no avião, a empresa ofereceu um outro voo para o casal ir separado. Começou o bate-boca e o homem acabou imobilizado pela polícia, jogado no chão. Foram levados para a delegacia, e parece que pagaram fiança, foram soltos e devem voltar para o Brasil.
Mas, voltando a esse costume de sair da lei, eu acompanhei de perto, no Japão, a quantidade de brasileiros presos no Japão, mesmo descendentes de japoneses, que vão trabalhar lá, mas se acostumaram com a regra brasileira. Ou então, ainda que os nisseis aqui do Brasil sejam muito comportados, não é suficiente para o Japão. Assim como existe brasileiro preso em Roma, em Portugal, na França, porque não tem o costume de cumprir a lei. É questão de hábitos de civilidade, de urbanidade. Mas essa cultura também contribui para acharem normal a bandidagem por aqui.
A gente sabe como é a atitude de “juiz”, né!
Quanto será que ele cheirou desses R$ 20 milhões em drogas??????