o rio,
de tão denso,
esconde seus degraus.
e o que era raso
agora é profundo …
tanta água
deixa as margens
uma com saudade da outra,
distantes entre si,
cada qual em seu mundo …
nas enchentes,
o rio é o rei,
a tudo alheio,
soberano de tão cheio,
rumo ao mar …
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Excelente Xico Bizerra:
As enchentes são a beleza do rio, Mestre.
No sítio São Francisco, em Lagoa do Carro-PE, tem um açude construído pelo Velho Meu Pai há mais de quarenta anos.
Quando chove suas margens ficam uma divorciada da outra, mas alegres porque os peixes, os sapos cururus e outros chupa-pedra, fazem a festa no porão.
Papai ficava encantado quando mergulha e pegava vários com a sua tarrafa caseira.
Ótimas lembranças, Grande Poeta! Lhe admiro demais as poesias.
Obrigado, meu caro Cícero. Quando em vez posto uma ‘poesiasinha’ pra variar, pra desenfastiar o povo das ‘croniquetas’ semanais. Que bom que vc gostou. Abraço grande.
Talentoso Xico.
Os rios são como artérias da terra. Mata a sede e leva esperança nos rincões sertanejos.
Sua “poesiasinha”, a cheia e o seu rio rei, me remeteram a Mário Quintana:
“Quem é que pode parar os caminhos? E os rios cantando e correndo? E as folhas ao vento? E os ninhos? E a poesia? A poesia como um seio nascendo…”
Rio e poesia, tudo a ver!
Temos todos os nossos rios, ainda que não mais os tenhamos, meu caro Marcos André. E eles são cheios de ternura e de saudade, cheias inclementes de tudo que é bom.