Victorinox Spartan
De excelentíssima senhora, já avançada nos anos, dona de respeitado bordel, situado em terras alencarinas – conhecido por “Fados e Fodas” – ouvi dizer que ela, quando completou 50 anos de idade e 30 de profissão, resolveu fazer uma Promoção de Vendas de seu único produto: seu corpo.
Para a rapaziada, a partir de 14 anos, oferecia suas habilidades corporais, somente na parte da tarde.
O mais curioso era a “moeda de troca”.
Merlinda facilitava àqueles que se dispusessem a lhe ofertar um canivete suiço, utensílio que oferecia várias aplicações e estimulava notáveis habilidades, sem dar a entender às autoridades policiais que se tratava de arma-branca.
Passava, portanto, por qualquer baculejo da Polícia.
O produto ficava embutido em bela peça cromada, criada por genial indústria suiça. Na época, os “Victorinox Spartan” desapareceram das lojas de importados de Fortaleza.
A “Promoção” fez tanto efeito que Merlinda teve que agendar os encontros, tal era a quantidade de candidatos, os quais procediam até de cidades próximas.
Quando indagada porque criou o “Cruzeiro-canivete”, (Cruzeiro era a moeda da época) ela respondeu:
– Sou previdente. Quando eu estiver mais idosa e sem atrativos, trocarei canivetes suíços por momentos amorosos e ainda poderei disponibilizar tais utensílios para vender aos rapazes do novo tempo. Por isso meu baú está cheio deles.
O famoso “Victorinox Spartan” tornou-se um canivete sexual.
Meu caro amigo Carlos Eduardo.
Gostei do seu artigo sobre o canivete sexual. Parabéns! Confesso que eu não conhecia a história da bordeleira alencarina, minha coestaduana, colecionadora de canivetes suíços.
Fraternal abraço,
Boaventura Bonfim.
Fortaleza-CE.
Como sempre o ilustre magistrado está sempre atento aos modos e personagens alencarinos.
Grato pelo saudável comentário.
Bom domingo.
Carlos Eduardo.