Na delícia de uma manhã de sol, em plena lavagem do peritônio com o mais precioso dos líquidos (e nem me importa a marca), ocorreu-me a saudade do tempo em que eu não exercia a vagabundagem plena e irrestrita que hoje exerço, depois de longos anos dedicados ao trabalho. Hoje, ocupando-me apenas em fazer música e a escrever as besteiragens e baboseiras que escrevo, cuido também de fazer a minha parte na tentativa de construção de um mundo melhor, conquanto utópico.
PAZ E BEM!
Faço minha parte. Modestamente, vivo a adubar perdões em mares tantos que sinto nos Sertões de sol muito. Tento distribuir sementes de paz onde enxergo desertos de alegrias e secas de afetos, venturas esteadas em terras de poucas luas e nenhum baião. Quando olho para o céu e mesmo não vendo estrelas, sei que elas estão lá, não obstante o nublar, e que em breve enfeitarão o firmamento. Da esperança, não lhe solto as mãos.
VALEU A PENA!
A consciência tranquila permite-me um sono reparador, sonhos bons, cabeça no travesseiro de plumas leves da certeza do dever cumprido. E não posso esquecer as calçadas altas e as veredas escuras e estreitas que tive que enfrentar para chegar onde cheguei. Valeu a pena! Sou feliz com a construção do bem que consegui realizar, com a família que tenho e com os amigos que tive a sorte de conquistar e isto vale mais que qualquer benesse material. Resta-me gritar: Viva a Vida!
O contrário do gen Milán Astray, na Guerra Civil de Espanha. Acompanho o mestre Xico, hoje e sempre, Viva a Vida!
Adorei a ‘descomparação’ com Millán-Astray.
Melhor seria tivesse ele obedecido a orientação do pai (talvez se transformase em um bom advogado) ao invés de ter seguido a vocação sanguinária da carreira militar e ter-se aliado a Franco. Mas cada um tem o travesseiro que merece ao final da vida pública.