ELEGIA AO MEU SAUDOSO E AMADO PAI, FRANCISCO BEZERRA SOUTO, NESTE DIA DOS PAIS, 11 DE AGOSTO DE 2024.
De repente, eu não tinha Pai.
Em meio ao mar de minhas lágrimas,
Vi-me criança, esperando-te para o almoço…
E esperando-te para o jantar…
No domingo, no almoço
tinha um vinho de mesa, moscatel…
As crianças só podiam tomar sangria
Vinho, com água e açúcar.
O barbante cortava teus dedos,
Dos embrulhos pesados.
Prego, chumbo, carbureto,
enxofre, breu, cola, sabão…
Vencias o percurso
entre a venda e a nossa casa,
duas vezes por dia,
carregando no rosto o cansaço
e a certeza do dever cumprido.
Jamais uma palavra grosseira…
A noite era da família…
Conversas na calçada,
Sempre na tua cadeira de balanço
E ao teu lado, dona Lia,
Nossa Mãe, nossa alegria
Que te botou o costume
de gostar de cafuné…
Deste-nos simplicidade,
Virtude que carregarei comigo
Por toda a minha vida.
Mas, me deste “águas- marinhas” grandes,
povoadas de estrelas.
Que moram ainda dentro de mim…
Quisera ser de novo criança…
E ficar admirando as tuas mãos…
quisera ouvir-te de novo,
solfejar “ Cisne Branco” e “O Destino Desfolhou”!
Calaste-te, meu pai, fechando-te num casulo,
depois que perdeste a saúde…
e pelas decepções da vida.
Por tudo o que nos ensinaste,
Obrigada, meu Pai!
O teu mundo era de Paz,
O único em que soubeste viver!
Aquele mundo que, entre lágrimas
e martírio, viste ruir à tua volta…
A BENÇÃO, MEU PAI!
Violante, eu também tive um Pai. Hoje tenho consciência que, na verdade, sempre tive Dois Pais. Um aqui na Terra, ensinando a viver sendo igual a todos. O outro, nunca se afastou de mim. Me ajudou a transpor obstáculos, me ensinou a ser humilde, bom, e a seguir sob qualquer custo e sacrifício, os seus ensinamentos. Sinto que Ele está sempre comigo, mas, quando chegar em Pasárgada, quero merecer conhecê-lo.
Seu Francisco, o teu Pai; Alfredo, o meu estão nos esperando. Foram antes, apenas para ferir os dedos dando nós nos embrulhos, enquanto balançam na cadeira tomando cafunés. Seu Francisco cumpriu o dever, ajudando a botar no mundo uma mulher perfeita, dando-lhe o nome Violante.
A benção, Francisco Bezerra Souto!
Tu partiste como uma quimera, mas deixaste o mundo mais rico com teu exemplo de decência, honestidade e bom caráter que, para o resto da vida, ecoará nos bons sentimentos dos teus entes!
Parabéns, Violante pelo excelente pai que soube lhe dar bons exemplos de vida.
O meu saudoso, Antonio Tavares de Melo, me deixou o caráter e a honestidade!
Vivo, até hoje, esse ensinamento,
Obrigada pela gentileza do comentário, querido colunista Cícero Tavares!
A maior herança que um pai pode deixar aos filhos são os princípios morais, como honestidade, generosidade, caridade e respeito ao próximo.
É o legado mais valioso que existe.
Parabéns pelo grande pai que você teve, amigo!
O Sr. Antônio Tavares de Melo lhe deixou os principais legados: O caráter e a honestidade, responsáveis pelo homem íntegro que você é.
Um feliz dia dos pais para você!
Obrigada pelo carinho do comentário, querido Escritor José Ramos!
Fiquei emocionada com suas palavras.
Meu saudoso pai, Seu Francisco, começou a trabalhar aos 14 anos, na venda de um amigo do seu pai. O tempo passou e quando o proprietário sentiu-se cansado, facilitou, para que ele comprasse a venda.
De empregado, meu pai passou a proprietário.
Aos 26 anos, constituiu família, casando-se com Lia Pimentel, moça da capital, com quem teve uma prole de seis filhos, três homens e três mulheres. Minha mãe era dona de casa de mão cheia, costurava muito bem e, durante dezessete anos, ensinou Inglês no Colégio Nossa Senhora do Carmo., em Nova-Cruz (RN).
Aos sessenta anos, meu pai sofreu um AVC isquêmico e ficou paraplégico. Sobreviveu 13 anos, vindo a falecer aos setenta e três anos, depois de mais duas tromboses. A venda era a menina dos olhos dele.
Um homem religioso, generoso e honrado, viveu sempre em função da família, .e nos deixou o maior legado que poderia deixar: Integridade moral, generosidade, caridade, e respeito ao próximo.
Um grande abraço pelo dia dos Pais, querido amigo!