CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

DIA DAS MÃES – 2º DOMINGO DE MAIO – 08 de maio de 2022

Por uma convenção delicada e poética, o dia de hoje, 2º domingo de maio, é consagrado às Mães, indistintamente. .

Guardo dentro do coração, hoje, um cravo branco, que representa a saudade da minha Mãe, dona Lia, transformada em flor, com a brancura da luz que me guiou na vida, e que, no lume celestial, hoje transborda.

Hoje, Deus acendeu esse lume ao redor das Mães que se encontram na morada celestial.

Aos olhos de minha alma, desfila, hoje, uma legião de abnegadas criaturas, dignas de respeito, admiração, e, às vezes, também de pena. São as Mães. No meu pensamento, vão passando, uma por uma:
– As mães batalhadoras, que escolheram conscientemente essa missão, e lutam desesperadamente pela felicidade dos filhos. São umas verdadeiras heroínas anônimas, capazes de qualquer sacrifício por eles, e os defendem como verdadeiras leoas.

– As Mães que, neste momento, estão curvadas sobre o leito do filho enfermo. Solidarizo-me com elas, compartilho sua dor e compreendo a angústia que lhes ocupa a alma.

– As Mães jovens, quase meninas, vítimas do problema da prostituição infantil, que, cantando, embalam no berço um ser pequenino, sem perspectiva de melhorar a vida, e tremendo de medo do futuro. Muitas vezes, elas cantam com vontade de chorar.

– As Mães desesperadas, que , chorando, esperam que seus filhos saiam da prisão, onde cumprem pena por crimes que elas não acreditam que tenham cometido. A miséria os arrebatou de seus braços, jogou-os nas ruas, e os transformou em temidos marginais.

– As Mães que, prematuramente, perderam seus filhos, e tentam abafar sua dor e sua angústia com gemidos e lamentos. Sei que elas os veem em sonhos, e os acariciam num doce enlevo, mas, quando despertam, tornam a mergulhar na dolorosa saudade.

– As Mães velhinhas, que passeiam tropegamente os seus últimos anos, ou seus últimos dias, pelos pátios silenciosos e tristes dos asilos. Como devem recordar o passado!… O s seus lares distantes! Os filhos as esqueceram, condenando-as a uma morte antecipada, provocada, na maioria das vezes, por tristeza e solidão. Esses filhos, desnaturados e mesquinhos, esquecem de que um dia também serão velhos, e poderão ter o mesmo fim.

– As Mães abnegadas, que vergam ante o peso da desdita dos seus filhos e que rejuvenescem quando o triunfo os cobre de glória. O coração dessas Mães é relicário precioso, ninho tépido e macio, que abriga o mais puro dos amores.

Hoje, mais do que nunca, o semblante de todas as Mães está cheio de luz, e há em torno delas um murmúrio constante, um sussurro de vozes amigas, que, meiga e brandamente, vão ecoando em seus corações. São os seus filhos, que, perto ou distante, repetem sem cessar: Obrigado por tudo, Mãe!

E elas, que ainda guardam, na retina cansada, o primeiro sorriso que iluminou o rosto de seu filho; e ainda ouvem sua vozinha delicada, balbuciando as primeiras palavras, estão hoje mergulhadas em lembranças, enquanto choram de saudade, uma saudade agridoce, que fere como espinho, mas acaricia como uma pluma.

“Quando a Mãe beija o filho, sua alma se ajoelha…” Se o filho sofre, o beijo de sua Mãe tem o sabor de todas as consolações, e absorve todo o seu sofrimento. Mas se o filho está feliz, esse beijo é de alegria, e faz cair sobre ele uma chuva de esperança.

Somente as Mães sabem proferir palavras que salvam e que abençoam.

O amor de Mãe não se extingue nunca, porque ele é a própria vida, e a vida é o próprio Deus!

6 pensou em “VIOLANTE PIMENTEL – NATAL-RN

  1. Violante Pimentel, querida Vivi.

    A Mestra de “Cenas do Caminho,” de per si, já é um infinito exemplo de mãe digna, e, como mãe, transmite essa dignidade para o infinito do amor.

    Xêro e abraçaço do grande admirador.

    Ótimo final de semana para todos da família.

    • Obrigada pelo carinho do comentário, querido cronista Ciço Tavares!

      Suas palavras me emocionaram. .Você é um “gentleman”!

      Uma ótima semana para você ,e familiares, com saúde, alegria e Paz!

      Xero e abraçaço da sua fã incondicional!

  2. Sorte quem tem é Diana, tendo a mãe que tem! Agora, a gente sempre soube que, todas (mães) são iguais. Só mudam mesmo de endereço.

    • Meu querido amigo e Escritor José Ramos::

      Obrigada pela gentileza do seu comentário. Suas palavras me emocionaram.
      Realmente, todas as mães são iguais e só mudam de endereço. É a regra geral, quando se fala em amor materno. Esse sentimento existe até no reino animal.

      Uma ótima semana, com muita saúde e Paz! ..

      Grande abraço!

  3. Violante,

    Feliz Dia das Mães! As mais lindas expressões do dicionário juntas, não serviriam para descrever a beleza de uma mãe. Ela é uma guerreira que sempre tenta proteger sua família, não há impossíveis para uma mãe e o resultado disso é a felicidade do núcleo familiar. Ela luta para que nunca falte nada e para que todos tenham sempre a melhor comida e a roupa mais adequada.
    Parabéns pela excelente crônica dedicada ao dia das mães, prezada amiga. Aproveito para compartilhar um poema sobre mãe de Carlos Drummond de Andrade:

    Para Sempre

    Por que Deus permite
    que as mães vão-se embora?
    Mãe não tem limite,
    é tempo sem hora,
    luz que não apaga
    quando sopra o vento
    e chuva desaba,
    veludo escondido
    na pele enrugada,
    água pura, ar puro,
    puro pensamento.
    Morrer acontece
    com o que é breve e passa
    sem deixar vestígio.
    Mãe, na sua graça,
    é eternidade.
    Por que Deus se lembra
    – mistério profundo –
    de tirá-la um dia?
    Fosse eu Rei do Mundo,
    baixava uma lei:
    Mãe não morre nunca,
    mãe ficará sempre
    junto de seu filho
    e ele, velho embora,
    será pequenino
    feito grão de milho.

    Saudações fraternas do amigo de sempre,

    Aristeu

  4. Obrigada, prezado Aristeu, pelo comentário gentil e por compartilhar comigo o belo poema “Para Sempre” de Carlos Drummond de Andrade.
    Gostei imensamente!

    Grande abraço!

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