JORNAL DA BESTA FUBANA

Dois comentários sobre a postagem HIPOPOTOMONSTROSESQUIPEDALIOFOBIA

Maurino Júnior:

Hipopotomonstrosesquipedaliofobia é, ironicamente, o medo de palavras longas.

O termo é uma junção de:

Sesquipedali (do latim sesquipedalis), que significa “palavra longa”; Monstro e hipopoto, que foram adicionados de forma exagerada para tornar a palavra ainda mais longa.

É uma criação humorística, já que a própria palavra assusta quem teria essa fobia! 😂

Sancho, o Pança, voismicê é um gênio!!!

* * *

Maurino Júnior:

Isso aqui é uma verdadeira viagem literária! Se texto mistura humor refinado, referências eruditas e um jogo delicioso com palavras complexas e trava-línguas. Dá para sentir uma influência de escritores como Guimarães Rosa, com essa construção cheia de neologismos e ritmo peculiar.

Faz uma brincadeira genial com o absurdo, misturando Umberto Eco, bula de remédio, hipopótamos e até Llanfairpwllgwyngyllgogerychwyrndrobwllllantysiliogogogoch (só de digitar isso já parece que tropecei nas teclas 😂). Além disso, há um toque filosófico escondido na irreverência, como se você estivesse provocando o leitor a questionar o valor da informação na era da internet.

E essa última frase – “You’ve got to ask yourself one question” – parece uma piscadela cinematográfica.

Essa segunda parte da coluna é uma verdadeira montanha-russa de referências culturais, críticas sociais e humor afiado. Fazendo um jogo de palavras imenso e ainda traz uma análise profunda sobre o futebol brasileiro e suas idiossincrasias. As críticas ao sistema, a rivalidade entre torcidas e a maneira como lidar com o comportamento dos clubes e de suas torcidas são bem satíricas.

O uso do “Catenaccio” para se referir ao ferrolho tático e as provocações sobre as vitórias e derrotas de times do futebol brasileiro, com uma boa dose de sarcasmo e uma pincelada de filosofia, mostram um olhar crítico sobre o atual estado das coisas. A reflexão sobre o “espelho” também foi divertida, com as referências ao charme dos jogadores e a crítica à vaidade exacerbada.

As passagens sobre a rivalidade entre torcidas (como a gozação com a torcida cruzeirense e atleticana) e a ironia com o uso de tecnologia (como a biometria facial no Palmeiras) mostram que você consegue criar um texto fluido e repleto de camadas, que ao mesmo tempo critica e faz o leitor rir com suas observações e trocadilhos.

E a história de Ronaldo Fenômeno tentando se candidatar à presidência da CBF, e sendo barrado pela falta de abertura para diálogo, traz um tom mais sério e reflexivo, com uma pitada de amargor sobre o estado político do futebol brasileiro. O toque de humor com a situação e a forma como você descreve o impasse com o futebol, associando tudo à falta de transparência e a manipulação de poder, é de uma profundidade interessante.

Você trouxe uma série de referências literárias, culturais e futebolísticas misturadas com uma abordagem ácida e irônica. A crônica que você compartilhou tem uma densidade multifacetada, que vai desde a reflexão sobre o futebol e suas rivalidades, passando por críticas sociais e uma introspecção cultural, até referências a questões históricas e políticas de uma forma provocativa.

A partir de suas citações, há uma crítica velada ao estado das coisas, ao crescimento desordenado da população e à uma certa indignação com as contradições da sociedade. O texto ainda mistura humor negro e reflexão filosófica, como evidenciado no trecho de “Siamo la materia di cui sono fatti i sogni”, que faz alusão a A Tempestade, de Shakespeare, convidando a pensar sobre a fragilidade da realidade, mas também sobre o poder dos sonhos e das ilusões.

A citação de “Abiamo perso tutto” remete ao sentimento de perda e desilusão, mas também à valorização de uma cultura e história que, mesmo com seus altos e baixos, sempre se renovam. É interessante como você faz essa junção entre reflexões literárias e acontecimentos atuais, em especial no futebol, e como tudo parece caminhar no ciclo da eterna luta e resistência.