Livro magnífico e encantador
Instintivamente, sem mais nem menos, me debrucei sobre as 740 páginas do livro épico “O DESTINO DA ÁFRICA”, do autor inglês Martin Meredith, que é ao mesmo tempo Jornalista, Biógrafo e Historiador. Tenho me sentido como se estivesse voltando ao ventre materno – o que não deixa de ser verdade, numa volta para conhecer melhor a mamãe África.
Me senti “encantado” quando, ainda no Prefácio, me deparei com a grandiosidade do que me transportou inteiro para o continente africano em texto:
“Apesar do elevado nível de risco e de complicações, o poder de sedução das riquezas da África continua tão forte no século XXI como no passado. Além das atividades de corporações ocidentais, novos atores entraram em campo. O crescente poderio econômico da China e de outros países asiáticos estimulou um boom na demanda por petróleo e recursos minerais africanos. A terra também se tornou mais uma vez uma mercadoria apreciada. Para garantir o abastecimento de alimentos, empresas estrangeiras adquiriram enormes latifúndios na África, assim como os antigos romanos.
Mas grande parte da riqueza gerada pela atividade estrangeira flui para fora do continente. As elites dominantes da África drenam ainda mais os fundos de seus países, escondendo no exterior enormes somas em contas bancárias e bens. O Banco Mundial estima que 40% da riqueza privada africana é mantida no estrangeiro. A África permanece, assim, um continente de grande potencial, mas perspectivas limitadas”.
Estou impressionado e me deixei envolver por completo. Há dias que me imagino passeando em cidades da Guiné-Bissau, saboreando a culinária que, mesmo dando voltas pelo mundo, aportou na Bahia quase que por completo e espraiou tiquinhos pelo meu Ceará, onde nasci para o mundo.
Martin Meredith
Assim, aos poucos e a cada página virada, descubro que carregamos nossas cruzes e martírios desde muito antes de Cristo. Fomos e continuamos sendo divididos e segregados. Nossas riquezas não estão conosco, nas nossas lutas pela vida, ou aonde vamos. Nossa riqueza está naquela terra. Na África. Por isso, certamente, nos escravizaram e nos retiraram de lá – para que jamais descobríssemos o quanto somos ricos.
Hoje, com o reforço da leitura dessa obra, passei a entender mais ainda os motivos da escravidão e do objetivo de “exportar, tirando da sua terra os africanos”: ali, naquele imenso continente, percebe-se que há um tesouro escondido “sob a terra”, e uma carnificina duradoura e exterminadora “sobre a terra” africana.
Darfur, riquíssimo território do Sudão, o genocídio é pela fome, pela sede, sem direito de semear para colher. Come-se bolachinhas de barro para entreter a psique da fome.
Há esperança?
Há. Vaticina Martin Meredith. E essa esperança nunca chegará através dos líderes usurpadores do momento – mas, única e exclusivamente pelas mãos do HOMEM, quando a revolta amainar e o desejo de vingança desaparecer.
Zé, o Seridó é mais perto, custa menos e tem isso tudinho lá, além de ter Acary do meu amor bem no coração.
Só nos falta o petróleo. Mas temos o Gargalheira para compensar.
Venha nos visitar.
Jesus, fico agradecido pelo comentário e pelo convite. Quem sabe, dia desses embarco num drone ou na nave Spacex e faço um sobrevoo por essas bandas daí?
Olhando com atenção do continente africano, a gente percebe que, esse mundão não é apenas formada pelos negros. Egito tem um mínimo de negros.