DALINHA CATUNDA - EU ACHO É POUCO!

Xilogravura de Cícero Lourenço

Mote desta colunista: 

Dos tempos de antigamente
Confesso, sinto saudade.

O namoro na pracinha
Caminhando de mãos dadas
As românticas jornadas
Que outrora a gente tinha
Com beijo com louvaminha
No coreto da cidade
Foi minha realidade
Porém hoje é diferente:
Dos tempos de antigamente
Confesso, sinto saudade.

Dalinha Catunda

A retreta na avenida
A TV tomou lugar
A praça só fez mudar
Abrindo grande ferida
Tirando a graça da vida
E a beleza da cidade
Murchou a felicidade
E a sombra se fez presente
Dos tempos de antigamente
Confesso sinto saudade.

Vânia Freitas

Corrupio, bola de gude;
Minhas cédulas de cigarro;
Munição feita de barro,
Pra caçar preá no açude.
Vesti camisa no grude,
Passada e posta na grade;
E na feira, vi novidade,
Arrodeado de gente;
Dos tempos de antigamente,
Confesso, sinto saudade.

Wellington Santiago

As minhas recordações
Na memória, registradas
Uma a uma evocadas,
Jorram hoje aos turbilhões,
São tantas as emoções
Registradas, de verdade,
Suprema felicidade
Vivida intensamente:
Dos tempos de antigamente
Confesso sinto saudade.

Bastinha Job

Caderno de confidência
Na turma, compartilhado
Piquenique com guisado
No tempo da adolescência
Sentia que a existência
Era a eterna mocidade
Plena em felicidade
No sentido permanente
Dos tempos de antigamente
Confesso, sinto saudade.

Creusa Meira

Fui criança no Cobé,
Nas terras de Mundo Novo
– Bahia – onde meu povo
Tem princípio, luz, arché,
Boa educação e fé
Que Mãe Véa, de verdade,
Deixou – sob santidade –
E carrego no presente.
Dos tempos de antigamente,
Confesso: – sinto saudade!

Professor Weslen

De namorar na praçinha
E brincar de bambolê
Ver um filme na Tv
Comendo uma pipoquinha
Quermesses com barraquinha
Procissões pela cidade
Político falar verdade
Ajudando muita gente
Dos tempos de antigamente
Confesso sinto saudade.

Dulce Esteves

Armar foge e arapuca
Se esconder da meninada
Brincar de peia-queimada
Jogar baralho e sinuca
Na roça matar mutuca
Namoro sem liberdade
Fazer coisa sem maldade
Cada qual mais inocente
Dos tempos de antigamente
Confesso sinto saudade.

Jerismar Batista

Água fria era de pote
Viajava-se de trem
Namorado era meu bem
Muita gente era magote
Prejuízo era calote
Gente nova, pouca idade
Ir na rua, ir na cidade
Outras tantas tenho em mente
Dos tempos de antigamente
Confesso sinto saudade.

Giovanni Arruda

Das Tertúlias com vitrola
Tocando trio nordestino
Do velho chitão junino
Com abaju e bandeirola
Nas tardes o jogo de bola
As meninas da cidade
Mostrando felicidade
Gritavam o nome da gente
Dos tempos de antigamente
Confesso, tenho saudades.

Jairo Vasconcelos

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