DALINHA CATUNDA - EU ACHO É POUCO!

Esta colunista e um mói de poetas trabalhando o meu mote:

Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote.

* * *

Quando me ponho a glosar
Gloso com inspiração.
Com bom parceiro em ação,
Eu começo a incitar,
E vejo a glosa jorrar,
Com pares no mesmo bote.
Porém, sei dar meu pinote,
De maneira irreverente:
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote.

Dalinha Catunda

Busco o tema lá na lua
Ou colho no meu sertão
Que me dá inspiração
Com verdade nua e crua
Mas se alguém se insinua
Eu já digo que se bote
Vai pular feito caçote
Porque minha glosa é quente
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote

Rivamoura Teixeira

Gloso com muito querer
Quando o mote me desperta
Parece que a rima flerta
Faz meu ego florescer
A explosão do prazer
Arrepia o meu cangote
Fico feliz, dou pinote
Satisfeita e sorridente:
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote.

Lindicássia Nascimento

Efervescendo as entranhas,
Mexendo minha libido;
Jamais fico desprovido,
Te laço nas minhas manhas;
Pois tu sempre me assanhas,
Com charmes de fazer lote ;
Eu também tenho esse dote ;
Tô me sentindo caliente,
“Glosando sou saliente ;
Meto sarrafo no mote.”

Wellington Santiago

Nosso cordel é de fato
cultura e entretenimento,
pois, junta amor com talento
e tudo – num tempo exato –
vê-se harmonia e recato,
bom humor e raro dote,
d’um jeito qu’o leitor note
seu contexto inteligente…
“Glosando sou saliente,
Meto o sarrafo no mote.”

David Ferreira

Desde pequeno que eu gloso
Minha vida foi glosar
Quando saio a poetar
Eu encaro qualquer troço
Faço a rima que eu posso
Quando me pedem que bote
Me arrepia o cangote
Fico rindo, alegremente
Quando gloso sou saliente
Meto o pau em qualquer mote

Xico Bizerra

Quase não meto mais nada
A não ser, meu pé no verso
Com a Musa eu converso
E sempre bem inspirada
Por Erato iluminada,
Cavalgo em ritmo de trote
Agradeço pelo dote
Que me faz mais sapiente:
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote.

Bastinha Job

A glosa quando ela boa
Com o mote melhor ainda
Eu vejo a coisa mais linda
Na inspiração da pessoa
Eu não sei se gloso atoa
Eu nasci com tanto dote
Eu não sei se sai do pote
O que sai da minha mente
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote.

Vânia Freitas

Sou profundo, sou letrado
Quando começo a cantar
Quem quiser me provocar
Vai me deixar afiado,
Imito e já fui imitado
Meus versos sai de magote
Limpo como água de pote
Que mata sede da gente
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo mote.

Jairo Vasconcelos

Não Frequentei A Escola
mas Deus Me Deu Este Dom
muitos Diz Que Eu Sou Bom
vou Em Cima Dá Bitola
canto Com Minha Viola
já Enfrentei Um Magote
desde O Tempo De Pixote
que Faço Glosa E Repente
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote

Alberto Francisco

Passo o meu tempo na estrada
Buscando a inspiração
Nem sempre a imaginação
Ajuda nessa empreitada
Só me sinto encorajada
Ao encontrar um mascote
Antes que ele me boicote
Eu me jogo em sua frente
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote.

Creusa Meira

Basta só me provocar
Se chamar eu vou na hora
Até pode ser agora
Minha sede é de glosar
E depois que lhe pegar
Não adianta pinote
Meu verso vira um serrote
Rimo atrás ou na frente
“Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote.”

Francisco de Assis Sousa

Eu gloso já tá com era
Começo bem devagar
Antes de eu me assanhar
Observo o que me espera
Quando começo de vera
É bote em cima de bote
Ninguém segura meu trote
O meu verso é boca quente
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote

Giovanni Arruda

P’ra glosar chego munida.
Aceito de imediato.
Eu nunca deixo barato.
E no verso sou atrevida,
Procuro a rima devida.
Não quero levar “caixote”,
Mulher! Não aceito chicote.
Agora! Você me aguente!
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote.

Rosário Pinto

Meto meu xêro caliente
Na moça do Quincuncá
Isso faço de repente
Quando começo a glosar.
Gloso aqui e gloso lá
Gloso no Sul e no Norte
E gloso em cima dum bote
Na foz do rio nascente
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote.

José Nilton de Figueiredo

Não sou igual a vocês
Estou começando agora
Demorei quase uma hora
Catando meu português
Se eu tentar outra vez
Erro mais não dou calote
Se Deus me der esse dote
Ficarei muito contente
Glosando sou saliente
Meto o sarrafo no mote.

Jerismar Batista

Um comentário em “UMA RODA DE GLOSAS

  1. Belíssima postagem, “UMA RODA DE GLOSAS”, querida poetisa Dalinha Catunda, tendo como tema o mote da sua autoria:
    “Glosando sou saliente
    Meto o sarrafo no mote”.

    Parabéns a você e aos poetas que dela participaram, precisamente Rivamoura Teixeira, Lindicássia Nascimento, Wellington Santiago, David Ferreira, Xico Bizerra, Bastinha Job, Vânia Freitas, Jairo Vasconcelos, Alberto Francisco, Creusa Meira, Francisco de Assis Sousa, Giovanni Arruda, Rosário Pinto, José Nilton de Figueiredo e Jerismar Batista!

    Todas as glosas são lindas e merecem destaque, inclusive a sua:

    “Quando me ponho a glosar
    Gloso com inspiração.
    Com bom parceiro em ação,
    Eu começo a incitar,
    E vejo a glosa jorrar,
    Com pares no mesmo bote.
    Porém, sei dar meu pinote,
    De maneira irreverente:
    Glosando sou saliente
    Meto o sarrafo no mote.

    Dalinha Catunda”
    .
    Abraços!

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