Comentário sobre a postagem VOLÚPIA – Florbela Espanca
João Francisco:
Eu só queria uma mulher assim.
Seria pedir muito?
* * *
VOLÚPIA – Florbela Espanca
No divino impudor da mocidade,
Nesse êxtase pagão que vence a sorte,
Num frêmito vibrante de ansiedade,
Dou-te o meu corpo prometido à morte!
A sombra entre a mentira e a verdade…
A nuvem que arrastou o vento norte…
– Meu corpo! Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade!
Trago dálias vermelhas no regaço…
São os dedos do sol quando te abraço,
Cravados no teu peito como lanças!
E do meu corpo os leves arabescos
Vão-te envolvendo em círculos dantescos
Felinamente, em voluptuosas danças…
João Francisco, meu conterrâneo, todos nós que gostamos disso queremos uma mulher assim…
Mas peço sua análise desta minha humilde conclusão:
Eu achava que Florbela só transmitia melancolia. Mas conhecendo sua obra aqui no JBF, vejo que a melancolia talvez se devesse, em parte, ao vulcão que ardia em seu peito, cujas chamas não foram apagadas em razão da repressão que as mulheres sofriam em sua época.
O que acha?
Florbela morreu com 35 anos, foi casada 4 vezes e tinha uma grande paixão por um alferes (já escreveu sobre ele aqui), que viajava o mundo em busca de aventuras.
Este negócio de repressão às mulheres acho que não se aplicava a ela.
Caro João Francisco, muito obrigado pela resposta. como disse, passei a conhecer melhor esta poetisa aqui nas paginas da Besta e através de suas “explicações”.
Assim, com este seu esclarecimento, passo a admirar ainda mais Florbela Espanca e concluir que, nos dias de hoje, é realmente pedir muito uma mulher assim…
Um abraço.
Caro Pablo eu passei a ler os sonetos da Florbela por acaso e aos poucos fiquei fascinado na forma como ela passava seus sentimentos através da poesia. Uma mulher intensa.
Quanto “as “explicações”, longe disso.
Eu apenas a interpreto a meu modo.
Abraço