O sapo estava na beira do rio, pensando na vida. Um escorpião se aproximou e pediu uma carona para chegar à outra margem. O sapo hesitou, pensando na fama dos escorpiões, mas pensou “ele não vai querer me matar no meio do rio, porque ele morreria junto”. Então ele disse para o escorpião subir em suas costas e começou a atravessar o rio.
“Sabe de uma coisa?”, disse o escorpião, “existe uma fábula que fala justamente daquilo que estamos fazendo.”
“É mesmo?”, respondeu o sapo enquanto nadava.
“É. O escorpião pediu ao sapo para levá-lo ao outro lado do rio. O sapo teve medo, mas pensou que não haveria perigo porque se o escorpião o matasse, morreria também. Quando eles estavam na metade do rio, o escorpião disse ao sapo que não podia fugir à sua natureza e deu-lhe uma ferroada.”
O sapo se atrapalhou um pouco ao nadar e disse com voz trêmula “que interessante…”
O escorpião prosseguiu: “Pois é, todo escorpião conhece esta história. Ela mostra que os sapos são tolos, ingênuos e imprudentes, e que sua irresponsabilidade acarreta prejuízos a eles mesmos e aos outros. Por outro lado, a fábula mostra como nós escorpiões somos sérios, honrados, coerentes, comprometidos com nossa ideologia, e fortes e valentes ao ponto de sacrificar a própria vida para resguardar nossos valores e nossas tradições.”
E então o escorpião deu uma ferroada na cabeça do sapo e ambos foram para o fundo do rio.
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Moral da história: não importa o tamanho da bobagem que alguém faça, sempre haverá um jeito de contar a história elogiando a si mesmo e colocando a culpa nos outros.
👍
Excelente fábula!
Uns culpam as elites e outros culpam o sistema.
E há quem culpe o capeta por todas as bobagens que alguém faça.
E para o escritor John Green, a culpa é das estrelas. E milhões de leitores concordam com ele.