XICO COM X, BIZERRA COM I

Duas ‘fôia’ de papel
Pra embrulhar coisa alguma
Nada, vendendo de ruma
Mosca fazendo escarcéu
Garrafa seca sem mel
Formiga sem formicida
Sem rapadura ou batida
Balança pença sem prato
Uma bodega no mato
Mesmo sem nada é sortida

Caba contando lorota
Devendo pra mais de um mês
Só Maciel de frequês
Com Xico tomando meiota
Na saída o dono anota
A conta na caderneta
Dinheiro, só com luneta
Em Iguaraci ou no Crato
Uma bodega no mato
Mermo sem nada é porreta

Um lenço ‘chei’ de catarro
Uma fralda já cagada
Um pedaço de cocada
Com as cinzas de um cigarro
Um balcão sujo de barro
Um anãozinho indecente
Quase nu, atende a gente
Feio, grosso, bebo e chato
Uma bodega no mato
Mesmo sem nada é atraente

Meio cibazol furado
E dois dedim de aguardente
Par de óculos sem lente
Farpas do arame farpado
Um papel todo riscado
Uma caneta estragada
Um cabo cotó de enxada
Remédio pra matar chato
Uma bodega no mato
É uma fartura de nada

* * *

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4 pensou em “UMA BODEGA NO MATO

  1. O texto é belo
    Um gol de Zico
    É como o canto
    Do Tico-Tico
    Ao seu leitor
    Diga que fico
    Dentre os doutores
    É o mais rico
    Os outros só
    Pedem pinico
    A saudação
    Meu coração
    Em louvação
    E viva o Xico!!!

  2. Numa budega nasci, numa budega me criei. Nunca precisei de sair da budega do meu Vô para comprar tareco em outras budegas!

    O tempo passou. Só me resta saudades. Saudades de tudo: De Vô. Da budega e dos carões dele.

    Obrigado, Grande Xico, pelas recordações.

    Abraçaços.

  3. Padre José Paulo, Maurino e Ciço: seus comentários são as tintas que abastecem minhas canetas e insistem pra que eu continue a ‘bobagear’ por aqui. Gratidão a todos.

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