Busque eu num puro amor força e sustento
com que tanta paixão manter nutrida,
para tão longa noite amanhecida
bem cedo ver em canto e luzimento.
Mas viva eu antes de uma esp’rança ardida,
e espere, e sonhe, e já não tenha alento:
que é do amor o primeiro mandamento
morrer de amor, por merecer-lhe a vida.
E alfim, Senhora, aos vossos pés curvado,
vencido e vencedor, possa eu dizer-vos
de meu sofrido amor o fado incerto:
o inferno que sofri por merecer-vos,
tão longe o coração amargurado
quanto o quisera ter aqui bem perto.
Anderson Braga Horta, Carangola-MG, 1934
Está fazendo falta. Porém Pedro Malta resgata.