Na minha encarnação presente, acumulei admirações especiais por inúmeros Chicos: o São Francisco de Assis, o Chico Anísio, o médium Chico Xavier, o inesquecível trovador Francisco Alves, o argentino Papa Francisco, o primo Chico Gonçalves, o amazônico Chico Mendes, o poeta Chico Bezerra e o Rio São Francisco. Recentemente, o meu único irmão, o José Carlos, geólogo residente em Salvador, me presenteou com um livro de crônicas de um outro Chico, o Chico Ribeiro Neto, um notável jornalista da Boa Terra, “mais vivo do que certo”, segundo ele próprio declara. Intitulado Museu do Chico, o livro contém 74 crônicas de deixar qualquer leitor com uma vontade arretada de “quero mais”, tamanha a qualidade dos textos, todos eles merecedores de muita admiração e mãos avermelhadas de incontidos aplausos.
Atualmente, estão rareando no país ótimas crônicas que deveriam edificar novas mentes críticas de qualidade. E o fenômeno está sendo provocado por crescentes desconstruções cognitivas, causas primeiras de uma tecnologia evolucionária que provoca a transformação de muitos em manadas de tecleadores sem eira nem beira pensante, fazendo os derredores recordarem-se de um filme notável, Tempos Modernos, protagonizado pelo imortal Charles Chaplin, um inesquecível especialista em 4C – Cutucações Cinematográficas Crítico-Construtivas, de deixarem os atuais políticos dos quatro cantos do Brasil com intenso “calor na bacurinha”, expressão popular conhecida em todo Nordeste, tamanho o nível ético-comportamental da grande maioria deles, atualmente comprometida com as patifarias cometidas contra aposentados e pensionistas do INSS, também acobertando gente que mereceria prisão longa e castração física integral, dessas que transformam os bagos extraídos em omeletes de cardápio de ambiente grã-fino.
Recebido o livro pelos correios, às 19 horas do dia 11 último, avisado o mano do recebimento e satisfeito com a dedicatória do Chico também ótimo, a leitura das crônicas foi iniciada logo depois do jantar, somente estancada pela companheira Rejane, alta madrugada, que desejava principiar a comemorar o Dia dos Namorados, entregando-me um cartaz por ela produzido, com uma fotografia nossa e uma dedicatória de deixar tudo em pé de guerra. Um cartaz que resultou em muitos teréns carinhosos até o café da manhã.
Algumas crônicas do Chico Ribeiro Neto me fizeram quase fazer xixi nas calças de tanto rir, duas das eleitas sendo As fases da lua do amor e a crônica do dono de bar tão canguinhas, que cobrava taxa dos seus clientes para desentupimentos intestinais de pouco fedor, dobrando o preço se os efeitos sonoros e fétidos fossem constatados pelo lado de fora do vaso rudemente sanitário. O dono até estava desejando encomendar um defecômetro.
As crônicas do Chico Ribeiro deveriam ser lançadas em todas as bibliotecas online brasileiras, servindo de excelente guia de como se deve escrever bem crônicas, alimentando sempre as esperanças por um jornalismo brasileiro repleto de novos Chico Ribeiro, um cronista baiano que descreve fatos e feitos magistralmente, sem nunca perder a vontade de urinar fora do espaço apropriado.
Como seria bom ver o Chico Ribeiro escrevendo numa das colunas do Jornal da Besta Fubana, ampliando a já notável comunidade leitoral do JBF, composta de gregos e troianos de todos os naipes pensantes, criticantes e futurantes.
Fica a sugestão para o amigo Luiz Berto.
Diga pro Chico Ribeiro que este espaço está aberto pra gente talentosa.
Um time de primeira linha!
Você mesmo é um exemplo, meu caro amigo!!!