A história revelada ao mundo nem sempre corresponde aos eventos realmente acontecidos. Prevalece, sempre, a visão do vencedor em detrimento da versão dos que perderam. Conta-se (fato omitido por Borges Hermida e outros historiadores didáticos brasileiros) que durante a primeira missa, um índio, incomodado com o olhar insistente e lascivo de um padre – ajudante do bispo Sardinha, dirigido à sua Índia, bela e despida, matou-o com golpes de crueldade excessiva. Depois, procurou o sacristão para confessar seu hediondo crime mas terminou com ele trocando seu belo cocar de penas coloridas por uma garrafa de licor de jenipapo, sorvido de um único gole. Dizem as más línguas que desse episódio resultou a simpatia de nossos habitantes primitivos pela bebida alcóolica produzida pela fermentação de açúcares contidos em frutas, grãos ou caules como, no nosso caso, a cana-de-açúcar. Em função da descoberta então surgida saíram a plantar cana-de-açúcar em todo pedaço de chão, contribuindo, dessa maneira, para a expansão econômica de nosso País. À parte o procedimento condenável do índio ciumento, louve-se a visão empresarial de seu povo e o empreendedorismo daquela coletividade indígena ao perceber o potencial econômico que a cachaça agregaria ao nosso território. Sem esquecer a alegria e felicidade que ela proporciona a quem dela se utiliza para tornar a vida mais amena e feliz. Fala-se, até, que o Bispo Sardinha, em suas celebrações, entornava um cálice repleto daquele licor de jenipapo, generosamente dosado com nosso etanol, extraído da mais qualificada cana de açúcar local, ao invés do bom e tradicional vinho português. Desde aquela época, já não se discutia questão de gosto. Principalmente de um Bispo, líder religioso daquela gente de um Brasil antigo.
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Não é verdade. Mas devia ser, fosse o grande Xico Bizerra o “ cronista “ ( assim se diziam dos historiadores daquele tempo ) da Corte. Nesse caso, história do Brasil seria mais animada. E bem escrita.
Mais animada, com certeza.
Mais bem escrita, tenho dúvidas
Ainda bem que o Bispo Sardinha não comeu o índio assado pela crueldade praticada ao seu ajudante devido ao ciúme. Índio ter ciúmes… estranho, não?
Essa sua maravilhosa história me recorda um caso típico do interior:
O cara era doido para dançar com a filha dum posseiro, mas quando percebia que o cabra era maior e mais forte que um touro, desistia.
Até que um dia tomou uma garrafa de licor de caju com jenipapo e, aproveitando a ausência do pai da moça numa quadrilha de São João, cismou do rabo e partiu para cima da menina.
Quando ele arrancou para cima dela para dançar, percebeu que o troglodita do pai da moça estava na espreita com uma espingarda dois tiro e uma carreira.
Antes da investida o cara viu o pai da moça com a dois tiro e uma carreira, e não teve coragem de avançar.
Quando lhe perguntaram o por que do ré, ele respondeu, apesar de bêbado caindo pelas tabelas:
– Meu irmão, eu posso ser frouxo, mas idiota não!
Eu bebo para ficar bom e não para ser idiota e arriscar minha vida por causa de mulher.
E foi pra casa dormir.
Curiosamente depois de três anos frouxo casou-se com a donzela e até hoje moram em Carpina.
Bela história, seu Ciço. Reforça a teoria do ‘a esperança é a ultima que morre’. Quando o pai dessa moça estava por perto ficava fácil saber quem é o primeiro a morrer. Abraço
Mestre Xico com X:
Me responda com uma crônica dessa genial dessas que são a característica do mestre?
Por que é que são nas crônicas simples que a gente encontra a beleza da história contada?
Se o simples é verdade fica fácil de gostar. O problema é que é difícil ser simples. Eu tento. Nem sempre consigo. Abraço