Diluído numa taça de oiro a arder
Toledo é um rubi. E hoje é só nosso!
O sol a rir… Vivalma… Não esboço
Um gesto que me não sinta esvaecer…
As tuas mãos tacteiam-me a tremer…
Meu corpo de âmbar, harmonioso e moço
É como um jasmineiro em alvoroço
Ébrio de sol, de aroma, de prazer!
Cerro um pouco o olhar onde subsiste
Um romântico apelo vago e mudo,
– Um grande amor é sempre grave e triste.
Flameja ao longe o esmalte azul do Tejo…
Uma torre ergue ao céu um grito agudo…
Tua boca desfolha-me num beijo…
Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)
Eu nunca fui, mas quem lá já esteve diz que Toledo na Espanha é fantástica, um dos melhores passeios da Europa.
Seu casario, as ruas estreitas, os castelos fazem lembrar tempos áureos de Espanha e Portugal.
E tem também o Tejo, rio que atravessa a cidade, serpenteia a Espanha, divide Portugal e vai desaguar em um estuário na cidade de Lisboa.
Florbela, no auge de sua juventude visitou o local, junto de seu amante e amado Alferes, brindou a cidade, e a nós, com este belo poema.
Espero um dia conhecer este fantástico lugar.
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