Espavorida agita-se a criança,
de noturnos fantasmas com receio,
mas se abrigo lhe dá materno seio,
fecha os doridos olhos e descansa.
Perdida é para mim toda a esperança
de volver ao Brasil; de lá me veio
um pugilo de terra: e nesta creio
brando será meu sono e sem tardança.
Qual o infante a dormir em peito amigo,
tristes sombras varrendo da memória,
ó doce Pátria, sonharei contigo!
E entre visões de paz, de luz, de glória,
sereno aguardarei no meu jazigo
a justiça de Deus na voz da história!
Pedro de Alcântara (1825-1891)
Nome completo:
Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga de Bragança e Bourbon
Soneto lindíssimo!
Este soneto foi escrito no exílio (em Paris), onde o monarca, com sua delicadeza e fé, sereno olha para a morte.
O esmero na educação de Dom Pedro II foi tamanho que ele tornou-se um soberano admirado no mundo inteiro, mecenas das artes e das ciências, amigo de Wagner, Pasteur, Charcot, Manzoni, e respeitado por Darwin, Graham Bell, Victor Hugo e Nietzsche, fluente em 14 idiomas, incluindo aí sânscrito, tupi, hebraico!
Fora isso no reinado do segundo imperador o país alcançou um status internacional que nunca mais se repetiria, com uma moeda tão valorizada quanto as de nações europeias, as vitórias sucessivas em três guerras, um surto de desenvolvimento e fundação de instituições culturais e educacionais, um longo período de estabilidade política, honestidade no trato das verbas públicas, enfim, uma nação que não era perfeita, mas esperançosa.
Por isso, DU-VI-DE-O-DÔ que surja alguém que -quiçá – se assemelhe (em cultura, honradez, gestão e amor à pátria brasileira) a Dom Pedro II, um líder respeitado e admirado por todos na época (de governantes a cientistas).
E dizer que foi – com toda a sua família – escorraçado do Brasil, como um cão sarnoso, por um golpe, dado por um bando de vira-latas recalcados.
A começar pelo tal de Deodoro, cuja exigência de queda de um gabinete ministerial (do Visconde de Ouro Preto) à sua transformação do fato em Proclamação da República deve-se principalmente, a uma mulher gaúcha.
A que mulher?
À Baronesa de Triunfo (Maria Adelaide Andrade Neves Meireles) uma viúva, quarentona e fazendeira na região de Rio Pardo (RS).
Além de muito bonita, era inteligente e líder política da região.
E tinha bom relacionamento com os jovens estudantes da Escola Militar de Rio Pardo, um dos focos da propaganda republicana e localizada diante de sua casa, o que lhe teria valido o título de “mãe dos soldados”.
O tal de Deodoro, apesar de casado – e “já não dar mais no couro”, era metido a conquistador, mas “não pegava nada, nem pro fumo”.
“El gran comedor” da época era o senador liberal gaúcho Gaspar da Silveira Martins.
Em 1883, quando era presidente da Província do Rio Grande do Sul, Deodoro perdeu para Silveira Martins a disputa pelo coração da baronesa.
Desse episódio surgiu uma rivalidade entre ambos – e um ódio mortal pela parte do “guampudo” Deodoro – que teve desdobramentos na Proclamação da República.
Após liderar o golpe militar que derrubou o gabinete do Visconde de Ouro Preto, Deodoro só mudou de posição e concordou com a troca de regime – na madrugada do dia 16 – ao saber (por uma baita mentira, inventada para que ele se decidisse !!!) que o imperador Pedro II chamara para compor um novo ministério o seu rival Gaspar da Silveira Martins.
Da dor de guampas deodorais ao resto da cagada todo mundo deveria saber:
Um magnífico império tornou-se – e continua a ser (131 anos depois) – uma republiqueta de bananas.
APOIADO ATÉ ÀS VIRGULAS!!!!!
O maior de todos os brasileiros foi escorraçado por um corno ressentido. A merda está aí até hoje para que quiser ver.