Leitores Fubânicos.
O texto abaixo não é de minha lavra, mas do grande escritor fluminense José Cândido de Carvalho sobre o qual fiz meu Mestrado.
E, para gaudio de nossa confraria trago o texto dele abaixo.
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Tatão, O Esquartejador
Era domingo que pita cachimbo e Tatão Chaves aproveitou para pedir Lili Mercedes, mestra de letras, em casamento. A cidadezinha de Monte Alegre, sabedora da novidade, botou a cabeça de fora para presenciar Tatão em cima das botinas de lustro e por baixo das panos engomados. Para avivar a coragem, Tatão bebeu, no Bar da Ponte, meio dedo de licor, coisinha de aligeirar a língua e aromar a boca. Como achasse o licor educado demais, mandou cruzar a bebidinha com cachaça de fundo de garrafa.
E recomendativo:
– Daquele parati mimoso que até parece flor de jardim.
De talagada em talagada Tatão perdeu a mira da cabeça. Embaralhou o pedido de casamento com negócio de disco-voador, imposto de renda e busto de moça. A essa altura, gravata desabada e camisa fora da calça, Tatão preveniu:
– Sou o maior dedilhador dos desabotoados das meninas já aparecido em Monte Alegre. Sou Tatão Chupeta!
Gritava que era monarquista, que era a favor da escravidão e que o prefeito de Monte Alegre não passava de uma perfeita e acabada mula-sem-cabeça. E para arrematar, ganhando a porta do Bar da Ponte, garantiu:
– Só queria que aparecesse neste justo instante um boi cornudo para Tatão esfarinhar o chifre do sem-vergonha a bofetada!
Nisso, um boizinho desgarrado apontou na esquina da Rua do Comércio. Tatão cumprindo a promessa armou o maior soco do mundo. E atrás do soco saiu Tatão, atravessou a Praça 13 de Maio, entrou no Mercado Municipal, desmontou duas barracas, esfarelou um comício de tomates e só parou no Açougue Primavera. E meio adernado sobre um quarto de boi que sangrava em cima do balcão:
– Soco de Tatão é pior que canhão de guerra. Mata e esquarteja!
Desses causos que temos aos montes neste Brasil de Mãe Preta e Pai João.
De Tatão o Brasil afora tem um tantão assim!
Roque, imaginei a cena todinha. Desenhei Tatão quase à imagem de um Chicó de Suassuna.
Valente um feito porco manso.
Tantinho, tantão… TATÃO… Tá tão bão dimais da conta, sô!!!! Esses causos e acausos são o melhor. Recordam-me sempre os fantásticos tempos que lia a seção O AVESSO DA VIDA, no cariquíssimo jornal O DIA.
Aproveito Roque para mandar um beijo para Renata, a paranaense, que poderia aparecer mais nas icônicas páginas fubânicas…
Pensa num soco da bixiga.
Me lembrou, Roque, os geniais contos do mineiro Otto Lara Resende publicados na ante prestável Folha de São Paulo.
Roque, tu é porreta mesmo! Eu acho que você tem um estilo muito parecido. Você é vim Tatão assim