CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

A BESTA TAMBÉM É CULTURA E FILATELIA

Prezado Editor “Best Fubano”,

Gostaria de compartilhar minha indignação nesse espaço, sobre a vergonhosa HoMÈNAGE às Famílias Brasileiras, realizada por àquela empresa brasileira de cartas, que outrora enchia o Povo Brasileiro de Orgulho (hoje não mais). Oportuno ressaltar que, a arte do SELO é de um aspecto visual medonho, prá não dizer de extremo mau gosto…

No press release oficial descreve a obra filatélica: “Um aspecto relevante é a diversidade étnica representada na família, algo comumente encontrado nas casas brasileiras. Ao final, com a ênfase nos selos, teremos a representação de quatro famílias distintas, inseridas em uma grande família.”

“A emissão é composta por um bloco de quatro selos representado uma grande família. A imagem de fundo é uma casa tipicamente brasileira, com núcleos familiares menores dentro dessa unidade familiar. Na composição da família estão representados os avós: uma senhora e um senhor. No mesmo selo, na parte superior tem uma das filhas dos idosos, com seus dois filhos, simbolizando uma família monoparental. À direita, está posicionada outra filha do casal, juntamente com sua esposa e um bebê de colo, elas também criam uma gatinha. À esquerda, outro filho do casal, acompanhado de seu namorado, sem filhos, apenas um gato. Por fim, outra filha do casal de idosos, com um recém-nascido e seu companheiro.”

“Essa ambiguidade significa, muitas vezes, a inculcação e o apego a determinados modelos ideais, como o da família nuclear formada por mãe (mulher), pai (homem) e filhos/filhas, que tão bem conhecemos. Porém, não são poucas as pesquisas que demonstram que a família é uma instituição histórica e que, apesar da hegemonia de uma forma de ser e conviver em família, em determinada época ou cultura, ela não é única. A pesquisa histórica em sociedades ocidentais tem demonstrado que diferentes formas de famílias convivem num mesmo tempo”, explica a professora Regina Célia Tamaso Mioto, da UFSC.

A historiografia brasileira está cheia de exemplos da existência de diferentes configurações de famílias, desde os tempos coloniais. Porém, o reconhecimento legal dessa diversidade e de igualdade entre seus membros aconteceu, em parte, a partir da Constituição Federal de 1988. Nela, está definida a união estável, as famílias monoparentais, a igualdade entre homens e mulheres, e os direitos iguais para os filhos, além do dever do Estado de prover a proteção social: seus membros são reconhecidos como sujeitos de direitos. O reconhecimento à união de pessoas do mesmo sexo só veio em 2011, por meio de uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que passaram a obrigar os cartórios a realizar casamentos homoafetivos.

Informações trazidas pelo IBGE, demonstram que as Famílias Nucleares ainda são predominantes no Brasil. Porém, cresce o número de famílias MonoParentais com filhos, dentre essas, grande parte tem como referência mulheres das quais a maioria é Negra. Além disso, desde 2013 tem aumentado significativamente as uniões HomoAfetivas, formalmente constituídas por casamento. Outras mudanças importantes na família brasileira contemporânea podem ser verificadas na diminuição do número de filhos e na alteração da idade das mulheres que se tornam mães. Assim, a diversidade e as mudanças das famílias – de formas e relações de parentesco e, especialmente, de tipos de vínculos – são inerentes aos processos de transformação das sociedades.

Mr. Berto,

Desde já agradeço e reitero a admiração por sua nobre tarefa de manter esse espaço aberto a todos.

Abraços Fraternos Saúde e Paz

R. Eu é que sou grato por editar uma gazeta que tem um time de leitores dedicados e de primeiríssima qualidade.

Como você bem disse, este espaço é aberto a todos, sem qualquer restrição, censura ou moderação.

Vocês leitores são a força que mantém o JBF avuando pelos ares do Brasil e do mundo.

Inclusive ao norte do Equador, na magnífica terra do Tio Sam!

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