PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Eram seis da manhã; eu acordava
Ao som de mão, que à porta me batia;
“Ora vejamos quem será”… dizia,
E assentado na cama me zangava.

Brando rugir da seda se escutava,
E sapato a ranger também se ouvia…
Salto fora da cama… Oh! que alegria
Não tive, olhando Armia, que arreitava!

Temendo venha alguém, a porta fecho:
Co’um chupão lhe saudei a rósea boca,
E na rompente mama alegre mexo:

O caralho estouvado o cono aboca;
Bate a gostosa greta o rubro queixo,
E a matinas de amor a porra toca.

Manuel Maria Barbosa du Bocage, Setúbal, Portugal (1765-1805)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *