PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Nesta horrivel morada da saudade,
Onde chóro, e lamento o teu Destino,
Dirijo preces mil ao Ser Divino,
Que dicta o coração, dicta a amizade.

Fiel inclinação, pura verdade
Repete ardentes votos de contino:
Tranquillo supportára o mal ferino,
Se podésse escusar-te a Enfermidade.

Quanto fôra feliz, meu caro Elmano,
Se a vida, que te offerto, vida escura,
En teu lugar soffrêra o cruel dano;

Então com gosto olhára a sepultura;
E resgatando o Heróe, alegre, e ufano,
Meus dias entregára á Morte dura.

Manuel Maria Barbosa du Bocage, Setúbal, Portugal (1765-1805)

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