PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Ao meu primeiro filho nascido morto com 7 meses incompletos. 2 fevereiro 1911

Agregado infeliz de sangue e cal,
Fruto rubro de carne agonizante,
Filho da grande força fecundante
De minha brônzea trama neuronial,

Que poder embriológico fatal
Destruiu, com a sinergia de um gigante,
Em tua morfogênese de infante
A minha morfogênese ancestral?!

Porção de minha plásmica substância,
Em que lugar irás passar a infância,
Tragicamente anônimo, a feder?!

Ah! Possas tu dormir, feto esquecido,
Panteisticamente dissolvido
Na monumentalidade do NÃO SER!

Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos, Cruz do Espírito Santo-PB (1884-1914)

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