PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Pálida à luz da lâmpada sombria,
Sobre o leito de flores reclinada,
Como a lua por noite embalsamada,
Entre as nuvens do amor ela dormia!

Era a virgem do mar, na escuma fria
Pela maré das águas embalada!
Era um anjo entre nuvens d’alvorada
Que em sonhos se banhava e se esquecia!

Era a mais bela! Seio palpitando…
Negros olhos as pálpebras abrindo…
Formas nuas no leito resvalando…

Não te rias de mim, meu anjo lindo!
Por ti – as noites eu velei chorando,
Por ti – nos sonhos morrerei sorrindo!

Manuel Antônio Álvares de Azevedo, São Paulo (1831-1852)

Um comentário em “SONETO – Álvares de Azevedo

  1. Caro Berto, corrija as datas de nascimento e morte do Poeta A. Azevedo para 1831 a 1852.

    O rapaz viveu apenas 20 anos e era um romântico à moda antiga, ou seja, sombrio e melancólico. O extremo oposto de um Bocage. rsrs

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