Esse velho infeliz que desmaiou!
Sem pousada, sem pão, sem agasalho,
Removeu mil montanhas, perlustrou
Pela íngreme vereda do trabalho.
Calejando as mãos magras semeou
Pólen fértil no ventre do cascalho.
Fecundou abundâncias e não passou
Dum fantoche vagante, um espantalho.
Será justo, meu Deus, que esses irmãos
Cavem terras adustas, plantem grãos,
Colham frutos nas glebas esquisitas,
Fartem mesas de loucos indiscretos,
Envelheçam e morram como insetos,
Esmagados nos pés dos parasitas?
Diniz Vitorino Ferreira, Monteiro, PB (1940-2010)
Não conhecia esse Diniz Vitorino, mas é cabra bom por demais. Parabéns Pedro Malta.
Grande Diniz Vitorino!