CORRESPONDÊNCIA RECEBIDA

Domingo.

Era dezembro. Ano, 2023. Dia, 12.

Desde então acessar o JBF aos domingos me trás um sentimento de vazio e de saudade.

Disse Assuero já no dia seguinte:

“Aos domingos a leitura da coluna Língua Ferina era algo obrigatório. A lucidez e conhecimento de Adônis sobre o que escrevia era notório. Um cara absolutamente plural…”

Para euzinha ele passou a ser o Touro Indomável.

O último email que recebi dele está devidamente arquivado.

Os comentários que fazia quando eu mandava “correspondências” eram singulares e me enchiam de orgulho. Emoção maior quando ele comentou apenas um “Eu te amo” (sabedor que era de todos os tipos de amor).

Não vou me estender muito. Quem teve oportunidade de conhecê-lo pessoalmente e conviver com ele foi abençoado. Quem lia sua coluna foi privilegiado.

Quando ele partiu eu disse aqui no JBF que existem pessoas que deveriam ser eternas.

Posso garantir que dentro do meu coração ele é eterno.

Dedico o vídeo abaixo (a voz é de um anjo) a ele. Esteja onde estiver.

“Qualquer dia a gente vai se encontrar”.

Também te amo Adônis. Sempre, pra sempre.

PS:

Para ouvir o vídeo legendado, clique aqui.

13 pensou em “SCHIRLEY – CURITIBA-PR

  1. Schirley, no dia 01/12, eu e Marcos André fomos visitar Adônis. Sofremos um pouco para descobrir o local onde ele estava porque a casa de repouso havia se mudado do endereço que nos foi passado. Conseguimos falar com uma pessoal e chamamos um uber. Chegamos até a porta do quarto onde ele ficava e ao cumprimentá-lo, ele olhou para gente – sem conseguir mais controlar o movimento da cabeça que pendia para um lado ou para o outro – e disse ao estilo dele: “Vocês são foda mesmo”. Eu tinha levado uma garrafa de vinho argentino e Marcos uma bandeja de frios. Abrimos o vinho, tomamos, comemos, a mão de Adônis já não alcançava a boca com facilidade. A mão esquerda, era colocada na coxa com a ajuda da mão direita. Passamos um bom pedaço da tarde bebendo e rindo. Foi uma tarde memorável. Alguns dias depois fomos surpreendido com a notícia de que ele caíra no banheiro e que teria sido socorrido para um atendimento hospitalar. Em dois ou três dias, o quadro mudou substancialmente e a gente foi informado da irreversibilidade da situação, da chegada dos filhos, do pedido para que não o deixassem viver com ajuda de aparelhos. Ao que deduzimos, numa reunião entre os filhos e a irmã, ali mesmo onde ele estava, foi decidido pelo desligamento dos aparelhos, principalmente o que lhe mantinha respirando. Creio que duas horas depois, Adônis seguiu seu rumo, deixando uma gama de admiradores da sua inteligência, do seu despojamento, da sua sinceridade no que pensava e, sobretudo, da coerência do seu estilo de vida com suas opiniões políticas. Toda vez que penso na palavra “ladravaz”, não há como dissociá-la de Adônis.

  2. Realmente, os domingos do JBF jamais foram os mesmos sem a presença da coluna do Adônis.

    Acho que foi a pessoa mais inteligente que já passou por aqui.

    Aprendi demais com ele.

    Seria uma alegria imensa rever suas colunas atemporais de volta.

    Minha memória me escapa a cada dia que passa.

    • O JBF tem arquivos. Quem sabe você não consegue com Berto as colunas do Touro Indomável.
      Também vou ver com ele se consigo um apanhado da Língua Ferina.

        • Não época (a tristeza foi tão grande) não me passou pela cabeça o que passou agora. Diante da unanimidade de Adônis poderíamos ter criado um “Vale a pena LER de novo” e republicado duas colunas, uma a uma, aos domingos. Seria uma maneira de mantê-lo entre nós todos. Ele está entre nós porém individualmente. Saudade dói Berto. Tenho certeza que cada um dos fubânicos tem alguma coisa para falar sobre o Touro Indomável como no caso do Pablo Lopes (o lado esquerdo do saco.
          Que domingo gostoso relembrando dele. Ele deve estar feliz!

  3. Tive o privilégio de debater com Adônis na sessão de comentários, onde eu defendia a hermenêutica aplicada pelo STF em uma questão qualquer.
    Adônis, com sua delicadeza peculiar me cobriu de “elogios” do tipo: —hermenêutica é a bola esquerda do saco!

    Uns dois dias depois me “encontrei” com ele no cabaré do Berto. Demos muitas risadas e passei a admirá-lo ainda mais.

    Espero que onde estiver Adônis tenha realizado seu senhor de ir viver em um barco no rio Tejo, caso haja isto no céu.

    Descanse em paz.

  4. Adorava a leitura aos domingos da coluna Língua Ferina, as vezes não concordava, mas não ousava contesta-lo e na única vez que o contestei, recebi uma resposta a altura, da qual só guardei o final: “sei que você não é o astronauta, mas também vive nas nuvens”. Sua forma de escrever era agressiva e ao mesmo tempo hilária e o principal, sabia e dominava o assunto. Que esteja em um bom lugar ao lado do “dono” do mundo.

  5. Hehe, “sei que você não é o astronauta, mas também vive nas nuvens”.
    Bem dele.
    Graças ao bom Deus nunca tive nenhuma resposta “ferina” dele. E era um anjo. As aparências enganam.
    Inteligentíssimo, sagaz, insubstituível.

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