PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Soneto feito de improviso, numa mesa do bar Rotisserie, em Fortaleza, a pedido de Leonardo Mota, quando da morte de Rui Barbosa.

Celebração complexa e o primeiro
dos grandes homens nacionais em tudo.
Continente a viver do conteúdo
de si mesmo, na Pátria e no estrangeiro.

De virtudes, um másculo pioneiro;
da nossa Liberdade, eterno escudo;
deram-lhe tudo, menos sobretudo,
a direção do povo brasileiro!

Vivo, não fora a tanto necessário…
Morto, é tão grande, é tão extraordinário,
que encontra, em cada Estrela, um cemitério!

De onde passo a ilagir, um tanto aflito:
ou o Rui foi menos do que se tem dito,
ou este nosso Brasil é um caso sério…

José Quintino da Cunha, Itapajé-CE (1875-1943)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *