CARLOS EDUARDO SANTOS - CRÔNICAS CHEIAS DE GRAÇA

É interessante observar que algumas pessoas respondem indagações de forma muito rápida. Espirituosamente devolvem as perguntas, via de regra, com respostas que fazem rir. Parece que estão com as soluções engatilhadas.

Quando fui contratado para a Assessoria de Imprensa do Sport Club do Recife, tive acesso a algumas festas particulares, promovidas por rubro-negros memoráveis, dentre eles: Mílton Bivar, Murilo Paraíso, Marcelino Lopes e outros próceres da década de 60.

Por ocasião do relançamento da revista daquele clube, em maio de 1965, Dr. Gilberto Duque de Souza e sua esposa, D. Nelly, comemoraram o primeiro aniversário de sua gestão como Presidente do clube, e discretamente, o fato de sua filha Telma, haver sido escolhida para ilustrar a capa da revista.

A fim de animar a festa, o empresário do cantor Altemar Dutra, acedeu a uma sugestão de Palmeira, levando o artista para o jantar na residência do Presidente.

Nos finalmente, depois das merecidas saudações a Gilberto e sua família, houve uma série de fotografias com o astro. Mas, eis que um oportunista, desses “puxa sacos de carteirinha”, caiu na besteira de improvisar, anunciando que o cantor faria uma apresentação-surpresa.

Altemar, muito educadamente, se desmanchou em desculpas ao casal recepcionista. Justificou que havia ido ali por questão apenas de prestígio, sem saber que teria que cantar. Por aquela razão não havia levado seu instrumento.

Mas o fato teria passado sem maiores consequências, a não ser os lamentos femininos. Após o fiasco, um cidadão, caiu na besteira de provocar uma gafe. Pegou
Altemar pelo braço e soltou umas palavrinhas que foram publicadas nos jornais do dia seguinte:

Manuel – Mas Altemar, por que você não trouxe o violão?!…

Altemar Dutra – Porque meu violão não come nem bebe!…

Dr. Pacífico dos Santos, Juiz de Direito, na década de 1940, usava cabeleira cheia, barba longa, costeletas compridas e bigode. Chega a uma barbearia no Largo da Paz, e ao sentar-se, depara-se com uma novidade. Seu cabeleireiro habitual estava de férias. O dono da firma, entretanto, lhe apresenta Manuel, que lhe oferece um largo “Bom Dia”.

Esquecera o chefe de recomendar que aquele ilustre cavalheiro não gostava de conversa mole, porque utilizava o tempo para ler parte do jornal. E puxando conversa preliminar, disse Manuel:

Barbeiro – Doutor, como quer que corte seu cabelo?

Dr. Pacífico – Quero calado!

Visto de fora, pela ótica da clientela, o Banco do Brasil em 1950 representava uma comunidade de funcionários atenciosos, capazes, zelosos e até sisudos. Contudo, longe da trabalheira do expediente, porém, sempre houve entre aqueles senhores, alegria, camaradagem e bom humor.

Retornando de férias quando viveu sua Lua de Mel na Europa, Antônio Victor Pires de Lima Rebelo, se reapresenta para o expediente e começa a discorrer para os colegas as maravilhas da sua excursão. Deixa, porém, uma intimidade para segredar ao seu Chefe, que naturalmente, merecia a melhor notícia.

Ocorre que o Chefe da Carteira Agrícola, era o Dr. Lourenço da Fonseca Barbosa – nada menos que o irreverente Capiba – conhecido por suas tiradas incomparáveis. Discretamente, Antônio Victor se abaixa e despeja em seus ouvidos que vivera um sonho, passando por lugares muito românticos. E adiantou que guardara a melhor notícia para ele, fraterno amigo.

Antônio Victor – Desconfio que minha mulher está grávida!…

Capiba – Desconfia de quem?…

12 pensou em “RESPOSTAS ENGATILHADAS

    • VOU CONTINUAR. ESTOU SELECIONANDO AS PRESEPADAS. TER UM LEITOR DE SUA CATEGORIA E AINDA MERECER UM COMENTÁRIO – ALÉM DA LEITURA – É ALGO EMOCIONANTE. GRATO POR SUA ATENÇÃO .FICO FELIZ EM SABER QUE MEU PEQUENO ESCRITO HAJA LHE DESPERTADO BOAS LEMBRANÇAS. ARQUIVEI SUAS PALAVRAS NO GAVETÃO DO MEU IBOPE.

    • TER UM LEITOR DE SUA CATEGORIA E AINDA MERECER UM COMENTÁRIO – ALÉM DA LEITURA – É ALGO EMOCIONANTE. GRATO POR SUA ATENÇÃO .FICO FELIZ EM SABER QUE MEU PEQUENO ESCRITO HAJA LHE DESPERTADO BOAS LEMBRANÇAS. ARQUIVEI SUAS PALAVRAS NO GAVETÃO DO MEU IBOPE.

  1. Amigo Deco. No dizer de outro amigo: “eu estou gozando com o pau dos outros”, porque o palavreado é deles. Embora pesquisando de memória essas tiradas dos meus vários tempos de vida, estou aproveitando para entregar ao público do nosso jornal alguns momentos de bom humor. E disso precisamos muito. Guardei, com cuidado, seu comentário no gavetão do meu IBOPE. Vou continuar com essas histórias na próxima semana. Um abração e bom domingo!

  2. Antônio Victor desconfia, escreve nosso autor.
    O cismado Sancho tem certeza de uma coisa: é prazeroso por demais ouvir suas histórias, beber de fonte de seu conhecimento e ficar sabendo um pouco do muito que há de nos contar a cada postagem, señor Carlos Eduardo Carvalho dos Santos.
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  3. Antônio Victor desconfia, escreve nosso autor.
    O cismado Sancho tem certeza de uma coisa: é prazeroso por demais ouvir suas histórias, beber de fonte de seu conhecimento e ficar sabendo um pouco do muito que há de nos contar a cada postagem, señor Carlos Eduardo Carvalho dos Santos.

    • Meu querido Sancho. O grande professor Nilo Pereira, natalense recifencisado, já disse que a melhor paga para quem escreve são os comentários que cavalheiros distintos, como você, quando nos dão conhecimento e vibram tão atenciosamente. Meu estilo é de biografista mas, para enfrentar o IBOPE do nosso JBF venho entendendo que é melhor escrever sobre as partes mais hilárias das histórias com as quais tenho convivido. Estou selecionando outras pra lhe mandar. Grato pela honra de ter seus olhos nas páginas que tenho escrito. São honras que “me ja dão”.

  4. Meu jovem amigo Carlos Eduardo:

    São histórias hilárias assim de que precisamos para rir, gargalhar e tornar a alma mais leve e de bem consigo mesma.

    O nobre colunista não imagina o quanto essas suas presepadas nos fazem bem, principalmente nesses tempos sombrios quando a grande mídia querem impor o terror às pessoas.

    Parabéns amigo! Você é FODA!

  5. Meu querido Cico. Ainda não nos encontramos, conforme em priscas eras combinamos, porque o cotidiano é insolente e nos pressiona com tantos afazeres, E agora, danou-se! Com essa bexiga de virus… Grato pela benemerência. Eu nem sabia que era FODA, Mas agora recebi o diploma. Você tem autoridade para concedê-lo porque é do ramo e escritor de fama. Pessoa que nunca peidou numa rabichola!…

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