A PALAVRA DO EDITOR

Hoje pela manhã me lembrei de uma marcha que era cantada no carnaval aqui de Pernambuco.

Eu era criança em Palmares e me lembro bem do primeiro verso da composição:

Até quarta-feira meu bem,
Não leve a mal
Pois chegou o Carnaval.
Durante os três dias
Não sou de ninguém,
Até quarta-feira meu bem.

É desse jeito mesmo que acontecia naquela tempo e que vocês leram: o marido avisando pra mulher que ia cair na gandaia e que só voltaria pra casa na quarta-feira de cinzas.

E que durante os três dias não seria de ninguém. Muito menos dela, a esposa.

Ele seria mesmo era de todas as fêmeas que quisessem pular com ele, até chegar a quarta-feira!!!

Se fosse hoje em dia, o compositor seria processado pelos movimentos feministas e ainda levaria da mulher um tabefe no pé do ouvido.

Não lembro quem é o autor e o intérprete deste frevo. Pesquisei na internet e não encontrei.

Se algum leitor puder me ajudar, ficarei imensamente agradecido.

E pra fechar a postagem, aqui vai um frevo pernambucano que fala da Quarta-Feira de Cinzas, o dia que em que a alegria carnavalesca termina e instala-se a quietude da reflexão.

E para o dedicado folião, o início da espera do Carnaval do ano seguinte.

“É de fazer chorar”, da autoria de Luiz Bandeira,  interpretação da Banda de Pau e Corda.

É de fazer chorar
Quando o dia amanhece
E obriga o frevo a acabar
Oh quarta-feira ingrata
Chega tão depressa
Só pra contrariar
É de fazer chorar
Quando o dia amanhece
E obriga o frevo a acabar
Óh quarta-feira ingrata
Chega tão depressa
Só pra contrariar
Quem é de fato
Um bom pernambucano
Espera um ano
E se mete na brincadeira
Esquece tudo quando cai no frevo
E no melhor da festa vem a quarta-feira

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