PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Minh’alma é a Princesa Desalento,
Como um Poeta lhe chamou, um dia.
É revoltada, trágica, sombria,
Como galopes infernais de vento!

É frágil como o sonho dum momento,
Soturna como preces de agonia,
Vive do riso duma boca fria!
Minh’alma é a Princesa Desalento…

Altas horas da noite ela vagueia…
E ao luar suavíssimo, que anseia,
Põe-se a falar de tanta coisa morta!

O luar ouve a minh’alma, ajoelhado,
E vai traçar, fantástico e gelado,
A sombra duma cruz à tua porta…

Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)

Um comentário em “PRINCESA DESALENTO – Florbela Espanca

  1. Florbela, no seu final, não dormia.

    Vagueava na noite com a alma pesada.

    Nada nem ninguém poderia melhorar sua situação.

    Seu poema é pesado, exala agonia e dor.

    Não é recomendado a pessoas agoniadas.

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