Pindorama, 18 de janeiro de 477 d.S (depois de Sardinha), busco iniciar esta peroração (para você Violante) com esse mote tolo de Geraldo Vandré, mas não para falar do futuro, mas sim do passado e do presente, presente. Não sou historiador, mas curioso na História, e, como curioso tenho a capacidade de criar uma enciclopédia sobre o passado, mas não consigo enxergar o que está a um segundo à frente do meu nariz.
E, analisando pratrasmente a situação atual de Pindorama faz-se necessário construir alguns castelos de vento para entender a algaravia (essa vão ter que procurar no dicionário do botocundês castiço) do dia de hoje. O Rei morreu! Longa vida ao rei proclama-se nas monarquias, inclusive na britânica que perdeu uma rainha considerada quase imortal e se entronizou um velho minhoqueiro com um mau gosto que dói até em mendigo que papa moças desajustadas.
Dia sombrio esse nosso hoje, com pessoas dizendo que hoje está menos pior do que amanhã, e bem menos pior que a semana que vem. Vamos ver. Como disse, não consigo enxergar um palmo diante do meu nariz no futuro. Mas, eu vejo com bastante interesse o que aconteceu ontem. E, confesso, decepcionado!
Para aqueles que têm memória um pouco mais atilada que a minha, já dizia em uns textos atrás que desconfiava do governo Bolsonaro. Achava os seus discursos e suas falas apenas jogo de palavras, muita saliva e pouca ação. Não que ele não tenha sido um presidente honesto, focado nos interesses do país. Não é essa a minha animosidade. Ela está em outro lugar. Vinho de odre velho, já eu pensava comigo mesmo.
Depois de 30/10 o país virou uma “nau dos insensatos”. Sem comando, sem leme, sem um capitão que organizasse os sessenta dias restantes de governo. Malandramente, Jair Bolsonaro jabutizou-se. Saindo de sua carapaça para fazer declarações estapafúrdias, enquanto aqueles que acreditavam ainda em milagres faziam as interpretações mais esdrúxulas possíveis daquela fala. Eu sempre dizia, tanto no JBF quanto no grupo de Zap do Cabaré que nada iria acontecer. Nada iria frear essa nau chamada Pindorama que estava se debatendo entre ventos de diferentes direções.
Jair Bolsonaro, apesar de todo o seu discurso de “jogar dentro das quatro linhas da Constituição” traiu a sua própria convicção. Em um único ato perdeu a chance de se tornar estadista e se contentou em ser apenas mais um político que rasteja na insignificância. Saiu pela porta dos fundos da História. Ato vergonhoso, abandonou o país nos últimos dias de seu governo. Não fez parte de um processo de transição, ainda que a raiva petelha e o desejo de vingança sejam notórios. A gana de enjaular o ex-presidente era evidente. O discurso de que o combatente cai no campo de batalha é válido, para os outros. Não para ele.
Ainda que muitos de quem me lem possam discordar e até mesmo lançar anátemas contra mim, o que é factual é aquilo que todo mundo viu, sentiu e percebeu. Jair Bolsonaro tornou-se um anão político. Na verdade, deixou de governar na noite do dia 30 de outubro. Ainda que se pese toda a oposição do STF – Supremos Toletes Federais – e do TSE – Tribunal da Sacanagem Eleitoral -, até as 23 horas, 59 minutos e 59 segundos do dia 31 de dezembro, ele ainda era o Chefe Supremo da Nação. Mas, Jair Bolsonaro renunciou a isso também, o que o coloca na mesma categoria do fujão João Belchior Marques Goulart.
Porém, era interessante que toda a semana ele ia para as redes sociais, para aquelas conversinhas fiadas com jornalistas dizendo que podiam esperar, que ia haver reviravolta. A vantagem de ser cético é que estou sempre aberto a possibilidades, mas sem esperar nada. E, como sempre dizia, nada aconteceu. O país foi entregue a uma quadrilha de alta periculosidade, com gatunos “più grassos” e ligeiros na arte de transformar o público em privado, sempre em seus benefícios.
Jair Bolsonaro foi curtir seu “dolce far niente” sendo vizinho do meu grande amigo Magnovaldo, deixando para trás uma parte da nação que se sentiu órfã e traída em seus desejos e anseios. Evidentemente as Frouxas Armadas não iriam se aventurar em ações intervencionistas. Esse tipo de atitude não cabe mais na atualidade. A menos que elas quisessem jogar o país na anarquia e na guerra civil. Ainda havia o peso do isolamento absoluto do país por outras nações contaminadas com o câncer do esquerdismo, caso houvesse a dita intervenção. Mas, isso são apenas elucubrações sobre o passado. Nada sobre o futuro.
Mas, inaugurando 2023, eis que chega o “governo do amor”, da picanha, da cervejinha com churrasco com dois dedos de gordurinha em cima, trazendo de volta o Paraíso Perdido proustiano que foi arrancado do curiboca nacional. Lembro-me que o jornalista José Maria Trindade vaticinou que o governo do amor não viria para organizar o país, mas para se vingar, porque o chefe de toda a malta estava mergulhando em um poço de ódio e rancor contra todos aqueles que não foram dar bom dia lá em Curitiba, e não acreditavam em sua inocência.
Atirei no que vi e acertei no que não vi. Ainda no passado, já havia, em um texto aqui no JBF feito a “Anatomia de um Esquerdista”. Podem procurar na minha seção que acharão. A ligeireza em destruir, a cupidez em tomar o que é do alheio, os olhos gananciosos. A primeira ação, fechar os registros e desligar as bombas que levam as águas do São Francisco para o interior do semi-árido. Água encanada para que? Nordestino veve muito bem com carro pipa e água salobra! Viveu séculos assim. Para que esse luxo todo?
E a destruição ainda ocorreu na educação com o veto das aulas de tecnologia e robótica, derrubada da sacralidade da vida, abrindo as portas do inferno para uma matança generalizada de fetos. E tem Nhambiquara que acredita piamente que o “genocida” era o capitão boquirroto. Atulhou ministérios, autarquias, fundações com cargos inúteis, só para garantir uma boquinha a gente inepta, burra e sem o menor compromisso com a população, ganhando tubos de dinheiros, achando que este cresce igual a tiririca depois da chuva.
A sanha de quem entrou e a irresponsabilidade de quem saiu revela toda a nossa irracionalidade caeté, nossa anticivilização, nosso amor ao atraso, à mendicância estatal, à frouxidão moral e cívica. Dia desses invadiram a sede dos três poderes e fizeram um quebra-quebra. Aí se deu o milagre da pecha de golpistas, terroristas, taxistas, machistas, flamenguistas. Pois olhem, meus caros caetés. Achei foi pouco. Se eu tivesse um lança-chamas e fosse mais novo botaria fogo em tudo aquilo.
Explico-me: temos um legislativo que não legisla e não representa a sociedade. O mandatário não está conectado com o mandante. Um Executivo que desde 30/10/22 não executa porcaria nenhuma. Apenas boia malandramente em palavras desconexas e vingança. Um judiciário que não judica a justiça, mas faz aquilo que bem entende e manda calar a boca de qualquer um que ousar divergir. Então, para quê aquela monumentalidade? Aquela ode à ladroeira, à ligeireza e ao desperdício encravado como um despacho a Exu da Encruzilhada sugando os recursos da taba?
Mas são coisas do passado. O futuro? Não sei o que vai ocorrer daqui a um segundo. Como disse, posso falar muito sobre o passado, mas nada sobre o presente, ou mesmo o futuro. Ah…. racionem as partes do Sardinha. Amanhã será bem pior que hoje, eu acho!
MAGISTRAL!!!!
PARABÉNS!!!
Adonis… eu que agradeço sua benevolência.
Boa tarde!
Sei que está proibido discordar e duvidar mas tenho que covardia não se aplica ao Bolsonaro. Muito pelo contrário.
Mais cômodo seria aderir ao “mecanismo”, ao “sistema” e não foi o que vi ao longo dos anos.
Assim, vendo, ouvindo e assistindo as pedras e os ataques escritos, sonoros e televisivos ao Bolsonaro concluo que é muito fácil fazer isso e fazer aquilo mas não me recordo de ao longo dos meus 54 anos ter visto alguém falar tanto em Deus, família, pátria e liberdade.
A ponto de ser citado dia e noite por todos em todos os lugares.
Também não acho que seja um daqueles heróis das revistas em quadrinhos.
Tenho que é um homem, com qualidades e defeitos mas que, nos anos de seu governo, tudo fez pelo bem do seu povo.
Cumpriu o juramento feito na posse.
Esteve ao lado do povo todo o tempo, inclusive numa pandemia em que os valentes se esconderam em casa.
Lamento muito, meu prezado a quem admiro e gosto de ler, mas não, Bolsonaro não foi, não é e não será covarde.
É apenas um humano, uma pessoa que, provavelmente, receia a vingança que vem sendo ávida e acidamente preparada e que lhe afastará da sua família.
Quem, em sã consciência, não tem medo do que se vê que vem aí?
A história, a verdadeira história, mostrará se o legado já frutificando, é de um covarde.
De antemão, tenho que não.
Um fraterno abraço!
Concordo que nao foi covarde. Mas infantil em fazer ameaçadas como menino de colegio.
Todo político é, por natureza, verborragico.
Como não se encontra macula no governo, Argumentum Ad Hominem.
Trilhões de vezes um governante que fala bobagem a um que “faz roubagem”.
Parabens tambem. Mas o futuro para alguns dos petralhas vai ser muito bom. A ligacao direta entre os paises produtores de droga e o mercado consumidor brasileiro vai tornar nossa URSAL (Uniao das Repúblicas Socialistas da America Latina) uma potencia
Grande Roque, sem está no xadrez.
Parabéns pelo magistral texto, querido cronista Roque Nunes!
Obrigada por se lembrar de mim, logo no começo, pelo mote de Geraldo Vandré “PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES”(que nada tem de tolo) e pela palavra “peroração”.
Seu ,texto, no final, exprime um verdadeiro desalento, diante da tomada de posição do nosso Presidente Jair Messias Bolsonaro, após as eleições do dia 30;10/2023, ao não ser reeleito, como a maioria do povo brasileiro esperava.
Na verdade, durante os quatro anos de mandato, o Presidente Bolsonaro foi impedido pelo STF de exercer o cargo para o qual fora eleito.
A infâmia, calúnia e difamação perseguiram seus passos, e o gritante desrespeito, abalizado pelos podres poderes, foi uma constante em sua vida de Presidente da República..
Bater em retirada foi imperativo, para que não fosse alvo da tirania petista, cujo ideal é vê-lo na cadeia, tal qual o agora descondenado..
Bolsonaro nunca roubou a Nação Isto, os ladrões não perdoam!.
Grande abraço!