PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Por que mentias leviana e bela?
Se minha face pálida sentias
Queimada pela febre, e se minha vida
Tu vias desmaiar, por que mentias?

Acordei da ilusão, a sós morrendo
Sinto na mocidade as agonias.
Por tua causa desespero e morro…
Leviana sem dó, por que mentias?

Sabe Deus se te amei! sabem as noites
Essa dor que alentei, que tu nutrias!
Sabe esse pobre coração que treme
Que a esperança perdeu por que mentias!

Vê minha palidez – a febre lenta
Esse fogo das pálpebras sombrias…
Pousa a mão no meu peito! Eu morro! Eu morro!
Leviana sem dó, por que mentias?

Manuel Antônio Álvares de Azevedo, São Paulo (1831-1852)

Um comentário em “PORQUE MENTIAS? – Álvares de Azevedo

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