JOSÉ RAMOS - ENXUGANDOGELO

Popeye o “marinheiro” espinafrado

Hoje resolvemos mergulhar (mais uma vez) na agradável fase da infância, boa para muitos e “marromenos” para outros. Mas, com certeza, saudável – porque ingênua e pura.

Era comum, brincar com bola de meia na rua principal do bairro; viajar no período das férias escolares; e, para a meninada da classe média, de poucos recursos financeiros, ir ao Parque de Diversões ou frequentar os logradouros apropriados para os “pique-niques” familiares.

Mas, como todas as regras têm suas exceções, havia aqueles que preferiam mergulhar nas atualizações das suas coleções pessoais, nos álbuns de figurinhas e na famosa coleção de revistas em quadrinhos – o Popeye era uma das preferidas, mas não faltavam Flecha Ligeira, Mandrake, Pato Donald, Shazam, Fantasma, Super-Homem e, numa fase mais recente, Mônica e Recruta Zero.

Nascido em 19 de dezembro de 1919, pelas mãos de Elzie Crisler Segar, americano que recebeu apoio do King Features Syndicate, mantenedor do Thimble Theater, POPEYE foi um marinheiro que virou símbolo defensivo da namorada Olive Oyl, ou, “Olívia Palito”, por quem era apaixonado.

Apesar do aparato e da aceitação infantil (e, dizem, de um contingente considerável de adultos), POPEYE precisou de uma dezena de anos para aparecer materialmente para o mundo, tendo a imagem revelada em 17 de janeiro de 1929, numa tirinha diária.

Além de apaixonado por Olívia Palito, POPEYE ainda se escudava numa frase que o fazia confiante após o consumo do encorajador “espinafre”: “Eu sou o que sou, e isso é tudo o que eu sou”, em inglês, idioma original: “I am what I am, and that’s all what I am!”

Popeye e o espinafre mágico

Depois, POPEYE se tornaria, também, protagonista no cinema, após ser “abraçado” por Max Fleischer e transformado em ator para a Paramount Pictures na década dos anos 30. Anos dourados vieram depois que a Turner Entertainment e a Warner Bros acreditaram no sucesso do “ator” e abraçaram o projeto.

Mas, no Brasil, o que chegou primeiro e ganhou fama foi a adaptação das tirinhas em revista, abraçada pelas crianças dos anos 40 e 50 – que sequer imaginavam que o mundo lhes apresentaria algum dia, o telefone celular.

Famoso, POPEYE, precisava de vida. Precisava ser gente. Precisava ter uma namorada e viver o sonho de um dia constituir uma família. Mas, precisava, também das agruras que tornam as vitórias mais gloriosas.

Pois, assim, POPEYE ganhou a namorada Olívia Palito, e, claro, os “inimigos” Brutus, Bruxa do Mar e Abutre.

Olívia Palito a namorada do Popeye

Digamos que POPEYE não era ciumento. Poderia “perder” Olívia Palito para qualquer um. Menos para o desafeto Brutus. E sempre procurou demonstrar isso, e acabou fazendo com que Olívia Palito acreditasse no amor de POPEYE.

Diferente do que alguns poderiam imaginar, POPEYE não era “um senhor de idade avançada”. Apenas, por conta da deformação do seu rosto – que nunca se soube o motivo – a aparência era a que era. Talvez, daí, a frase “eu sou o que sou”. O espinafre, quando consumido, transmitia ao nosso herói uma força descomunal, o que acabava pressupondo que, quantas vezes quisesse, poderia surrar o intrometido (com Olívia Palito) Brutus.

Brutus o eterno desafeto de Popeye

No Brasil, além de ídolo da meninada dos anos 40 e 50, POPEYE foi, também, mascote do Flamengo, provavelmente pela relação do nome “Regatas”. Foi personagem de Monteiro Lobato no livro Memórias da Emília, embora com imagem pessoal distorcida.

O resto da história, quem foi criança nas décadas passadas, e teve em POPEYE um dos seus ídolos, não precisa ser lembrada.

2 pensou em “POPEYE – O ÍDOLO DE UMA INFÂNCIA BEM VIVIDA

  1. “I am what I am, and that’s all what I am!”

    Zé, meu caro,

    Fantastica a infância, quando nos poucos minutos dedicados a ver tv, víamos a Olivia arrastar asas para o fortão enquanto o Popeye enfiava goela abaixo uma erva estranha, que diziam ser espinafre, para ganhar força e enfiar porrada no Brutus.

    E, Sancho, como era grandão e magrelo foi apelidado de Olívia Palito e, sem espinafre, tinha que distribuir porrada, pois na nossa infância, ser macho era requisito básico para conviver entre iguais.

    E vamu qui vamu, que fui à feira b emcedinho e já comprei o espinafr. kkkkkk.

    • É Sancho a nossa infância era igual, mas sendo muito diferente pelas imposições culturais e geográficas. Mas, esse detalhe de “ter que ser macho” é um privilégio que os atuais não têm. Infelizmente.

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