PEDRO MALTA - REPENTES, MOTES E GLOSAS

Pedro Bandeira

Jesus que perdoa os fracos de ações
Estrela da paz, remédio da guerra
A única pessoa do céu e da terra
Que entende a linguagem de todas nações
Morreu coroado entre dois ladrões
Cuspido e zombado da voz popular
Tirou na história primeiro lugar
Pendeu a cabeça pro lado direito
Pra todos os séculos merece respeito
Nos dez de galope da beira do mar.

Guibson Medeiros

Nordeste tua beleza
é algo espetacular
um império de riqueza
do sertão a beira mar
és obra da natureza
fruto de uma grandeza
que só Deus pôde criar.

⁠Nordeste minha morada
da cultura e da beleza
tem água doce e salgada
e no sertão tanta riqueza
quem fala da terra amada
ou não entende de nada
ou é burro por natureza.

Rian Vitor Oliveira Nazareno

Nordeste de Lampião
Terra seca e juazeiro
Cuscuz ,tripa e buchada
Canta galo no celeiro
Rapadura com farinha
No meu sertão forrozeiro.

Zé Cardoso

Para ser o poeta que estou sendo
Foram léguas e léguas de estrada
Minha luta já é marca registrada
Tudo quanto plantei estou colhendo
Nem que a mídia não esteja me querendo
Me trocando por ET ou por Lobão
Eu esqueço que tem televisão
E venho até o teatro lhe dizer
Faça tudo que eu fiz se quiser ser
Cantador respeitado e campeão.

* * *

ALGUNS SÍMBOLOS DO SERTÃO – Raimundo Nonato

Curral, chiqueiro de vara
Burro, jegue e cacimbão
Café torrado no caco
Milho pilado em pilão
Eu acho lindas essas coisas
Que são símbolos do sertão

Capinadeira e boi manso
Canjica ,angu ,mungunzá
Pirão ,pamonha e manzape
Fojo de pegar preá
O lajedo eu acho chique
Mandacaru ,xiquexique
E do juazeiro juá

Ferro de engomar a brasa
E banco de aroeira
Canga ,cangalha e gibão
Queimar tijolo em caieira
Além de ser tradição
O sertão só é sertão
Tendo isso a vida inteira

Espingarda soca-soca
Bate bucha e bacamarte
Machado que lasca lenha
Facão que ao osso parte
Faca na mão do valente
Faz parte da nossa gente
A cultura e nossa arte

Uma casinha de taipa
Outra de alvenaria
E o vento Aracati
À noite a gente aprecia
Coisas do nosso sertão
Quando escrevo uma canção
Boto em minha poesia

Cunha de por em enxada
Prato e panela de barro
Um pote de água fria
Palha pra fazer cigarro
Com carro fora da pista
O boi não é motorista
Mais dirige bem seu carro

Querosene jacaré
Lamparina e candeeiro
E a cadeira de couro
Serve até pro zabumbeiro
Se não tiver um triangulo
Ajudar o sanfoneiro
Chapéu de palha e de couro

Fumo de rolo e tabaco
Rapadura é nosso doce
E frigideira é o caco
Mesmo estando no magote
E a cantiga do capote
Nunca passa de tô fraco

Vaqueiro cuida do gado
E agricultor da roça
O poeta na viola
Decanta a cultura nossa
Um tem dedos calejados
Outro tem braços pesados
E outro tem a mão grossa

São três heróis do sertão
O agricultor roceiro
Gado vaqueiro e cavalo
E o poeta violeiro
Simples e inteligentes
São três heróis residentes
No nordeste brasileiro.

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