PEDRO MALTA - A HORA DA POESIA

Perdi meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma…
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!

Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre um mar de bruma…
– Tantos escolhos! Quem podia vê-los? –
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!

Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias…

Sobem-me aos lábios súplicas estranhas…
Sobre o meu coração pesam montanhas…
Olho assombrada as minhas mãos vazias…

Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)

Um comentário em “PERDI OS MEUS FANTÁSTICOS CASTELOS – Florbela Espanca

  1. A rapariga portuguesa que morreu aos 36 anos em profunda depressão tendo dado cabo à própria vida.

    Casou-se várias vezes sem ter encontrado o verdadeiro amor, o que retratou em seus poemas.

    Tenho pena dessas pessoas inteligentes que não encontram sentido na vida.

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