Perdi meus fantásticos castelos
Como névoa distante que se esfuma…
Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los:
Quebrei as minhas lanças uma a uma!
Perdi minhas galeras entre os gelos
Que se afundaram sobre um mar de bruma…
– Tantos escolhos! Quem podia vê-los? –
Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!
Perdi a minha taça, o meu anel,
A minha cota de aço, o meu corcel,
Perdi meu elmo de ouro e pedrarias…
Sobem-me aos lábios súplicas estranhas…
Sobre o meu coração pesam montanhas…
Olho assombrada as minhas mãos vazias…
Florbela Espanca, Vila Viçosa, Portugal (1894-1930)
A rapariga portuguesa que morreu aos 36 anos em profunda depressão tendo dado cabo à própria vida.
Casou-se várias vezes sem ter encontrado o verdadeiro amor, o que retratou em seus poemas.
Tenho pena dessas pessoas inteligentes que não encontram sentido na vida.