VIOLANTE PIMENTEL - CENAS DO CAMINHO

Pessoas como eu, criadas sem luxo, que se acostumaram a não ter contato com coisas supérfluas, não perdem o sono, pensando em diamantes e outras pedras preciosas de altíssimo custo, que jamais tiveram ao seu alcance.

Os valores variam de pessoa para pessoa. Entretanto, o povo brasileiro se vê, agora, obrigado a prestar atenção aos acontecimentos que a mídia exibe 24 horas por dia, e que enlouquecem os devotos do supérfluo.

Não tenho joias como gênero de primeira necessidade. Nunca senti necessidade de ter uma joia.

Não sinto necessidade de joias, nem nunca pensei em comprá-las, mesmo para pagar em “parcelinhas” de cartões de crédito. Minhas prioridades são outras. Jamais deixaria de comer para luxar.

Esses informantes da mídia não cansam de fazer uma barulheira nos jornais, rádios e TVs sobre as tais joias valiosíssimas, recebidas da Arábia Saudita, legalmente, pelo Presidente Jair Messias Bolsonaro, durante a sua gestão. Esse assunto é a bola da vez.

Com ódio nos olhos e um riso sardônico nos lábios, os comentaristas políticos da mídia babam de inveja, por não estarem no lugar do ex-presidente, para terem recebido essas pedras preciosas. Pelo tempo, já as teriam vendido e estariam usufruindo do dinheiro. Ao contrário, os mimos continuam bem guardados e preservados no acervo presidencial.

Estamos vivendo um verdadeiro Febeapá – “Festival de Besteiras que Assola o País” (1966). Sérgio Porto, o nosso inesquecível Stanislaw Ponte Preta (Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 1923 — Rio de Janeiro, 30 de setembro de 1968), faz muita falta. Lá no Céu onde se encontra, deve estar escrevendo muito no Jardim do Éden e se divertindo com os assuntos que dominam a mídia brasileira.

As falências se sucedem e muitas casas comerciais sólidas veem-se ameaçadas com o aumento de tributos. Para que haja um comércio próspero, é necessário que ele exista onde a população também seja próspera e endinheirada.

O comerciante, para ser bem sucedido, precisa ter tino comercial no sangue, coisa que se transfere de pai para filho, com raras exceções. Não é preciso ter frequentado nenhuma academia de comércio, nem curso de Ciências Contábeis, Ciências Econômicas ou Atuariais, para se ter tino comercial. Via-se isso, nas vendas e armazéns do interior, num passado remoto, onde havia comerciantes riquíssimos, mesmo analfabetos. Bastava que tivessem um guarda-livros (contador), honesto, e o comércio prosperava.

Quando é começo de mês, época dos pagamentos salariais, as vendas tem um grande movimento. É a fase em que os consumidores compram mais. No meado do mês, as compras diminuem, e no final do mês, a pindaíba é grande, para os trabalhadores assalariados. Enquanto isso, os políticos e artistas tomam banho com o dinheiro público.

Os impostos e outras tributações fiscais concorrem para a queda dos comerciantes.

Pois bem. Eu jamais deixaria de comer para poder luxar. Não consigo entender como se tem loucura por joias. Nunca me senti atraída por esses faiscantes objetos.

Meus valores são outros. Perguntem-me para que servem a carne, o leite, as verduras, e outros gêneros alimentícios, que estou por dentro. Sobre as joias, o que eu sei é que elas não dão saúde a ninguém. E a morte quando se aproxima, não recebe propina, nem em joias.

Finalmente, não entendo de preço de joias. Nem me interesso por elas. Em compensação, uma coisa eu digo sem pestanejar: O preço da carne está pela hora da morte. E a picanha prometida à mesa do pobre ficou no esquecimento.

9 pensou em “PENSAMENTO DE POBRE

  1. Cara Violante, vamos falar de joias.

    Joia não é um artigo de primeira necessidade, tampouco deve fazer uma pessoa sofrer caso não a tenha.

    Desde os primórdios da humanidade pessoas buscam a beleza e uma forma de se sobressair.

    Na África nas antigas tribo guerreiros viam nos rios pedras que brilhavam (ouro e pedras preciosas) e as davam como ornamentos às suas fêmeas ou as usavam para se sobressair nas tribos. Aprenderam também a trabalhar estes artefatos para adorno.

    Hoje é a mesma coisa. Depois de atingir um objetivo, aqueles que podem buscam as joias para dar de presente a outros ou a si mesmos para mostrarem justamente isso, que tiveram sucesso na vida e se permitem estes mimos.

    Pessoas sente-se bem com isso.

    Algumas não, como seria seu caso, pois vê no uso de joias apenas ostentação, vaidade, luxuria, símbolo de um poder às vezes tirânico. Isso não representa a natureza do que as joias deveriam representar à humanidade.

    Abraço e bom fds.

    • Obrigada pelo gratificante comentário, prezado João Francisco!
      Gostei muito da sua explanação sobre as joias.

      Mesmo não sendo artigo de primeira necessidade, conheço pessoas que tem por joias um deslumbramento e desejo descontrolado de possuí-las, , tão grandes, que chegam a contrair dívidas absurdas, , em busca da realização do seu ideal..
      Não me considero melhor nem pior do que ninguém, mas sou um pouquinho diferente. rsrs Contento-me com os enfeites de “fantasia”.

      Grande abraço e bom final de semana para você também!

    • Obrigada pela delicadeza do comentário e pelas sábias palavras, querido Beni!

      Concordo com você: “Ninguém precisa de joia, pra ser valioso”.
      Os valores morais, estes sim, são os verdadeiros valores que fazem falta à humanidade!. Não é o peso das joias que aprimorará o caráter de ninguém. Os bandidos, quase sempre, adoram joias pesadas e ofuscantes! E o caráter desse povo continua “cinzento”.

      .Grande abraço e bom final de semana! .

  2. Violante,

    Excelente crônica sobre o fascínio das joias influenciada pela mídia de forma repetitiva. Concordo com seus argumentos de que mais importante do que pedras preciosas é uma boa refeição. Aproveito o tema para fazer duas brevíssimas observações sobre o assunto.

    É inegável o fascínio exercido pelas joias sobre os seres humanos. Desde as eras mais remotas os adornos foram criados e reverenciados por sua beleza, seu valor, seu significado ou pelo poder que simbolizavam. A opulência dos faraós e rainhas já era vista nos braços, colos e nas mãos, simbolizando poder e beleza. Hoje não poderia ser diferente. As joias foram criadas para que as pessoas se sentissem mais belas e mais felizes.

    O investimento em joias e pedras preciosas promove uma preservação do poder de compra, uma vez que elas não perdem o valor em cenários de alta inflação. Em contraposição ao que ocorre com os ativos financeiros, como ações, por exemplo, as joias dificilmente sofrerão perdas significativas de valor.

    Desejo um final de semana pleno de paz, saúde e harmonia

    Aristeu

    • Obrigada, Aristeu, pelo gratificante comentário!
      Gostei muito das suas observações sobre o fascínio que as joias exercem sobre os seres humanos.

      Repetindo suas inteligentes palavras:

      “Desde as eras mais remotas os adornos foram criados e reverenciados por sua beleza, seu valor, seu significado ou pelo poder que simbolizavam. A opulência dos faraós e rainhas já era vista nos braços, colos e nas mãos, simbolizando poder e beleza. Hoje não poderia ser diferente. As joias foram criadas para que as pessoas se sentissem mais belas e mais felizes”.

      Falando do lucro financeiro que representa o investimento em joias, somente os grandes investidores se beneficiam com isso.

      Quem tem joias para uso particular, jamais se beneficiará com elas, financeiramente, num momento de necessidade. É o que dizem as pessoas especialistas no assunto.

      Bom final de semana, com muita saúde e Paz!…

    • Obrigada, Nonato, pela delicadeza do comentário!
      Fiquei feliz com suas palavras.

      Grande abraço e um excelente final de semana!

  3. Shirley querida, obrigada pelas suas doces palavras. Desejo a você um mundo de saúde e felicidade!
    Seu pai era um sábio! Que resposta contundente ele lhe deu, com referência à joia mais importante que, para ele, existia: Você, a filha querida. Não havia, para ele, uma joia mais valiosa do que você!
    Fiquei emocionada, pois meu pai era exatamente assim, nas concepções dele. Comerciante simples, mas bem sucedido, não dava valor ao supérfluo…Ele e minha mãe combinavam muito. Morro de saudade…
    Beijo grande e um abençoado final de semana!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *