DEU NO JORNAL

Aileda de Mattos Oliveira

É sabido que o nome não dá consistência à pessoa, em matéria de caráter, conteúdo e projeção na vida, mas o inverso é verdadeiro. Uma pessoa, de posse de um nome extravagante, pode angariar notoriedade pelas suas atitudes e idoneidade.

Podemos constatar a veracidade desta afirmação, trazendo, como exemplos, personagens do mesmo nome, que se mantêm lembrados pelos tempos, afora, porém, tão contrastantes com o nosso pequeno homônimo, quanto o sólido do líquido. Uns consagrados pela sua competência em cada área de atuação; o outro, conhecido por não estar à altura da função para a qual é desprovido de conhecimentos, porém, ilimitada é a sua capacidade de destruição das leis, constitucionalmente, constituídas.

O grande Alexander (Alexandre) Fleming, bacteriologista, pôs a penicilina a serviço da saúde mundial, salvando vidas que continuaram a participar da vida social, sem ter que ouvir o “fique em casa”, mantra dos apoiadores do caótico governo do passado e que nada sabem, mas entram, sem serem convidados, nas áreas que não lhe dizem respeito.

O grande Alexandre Herculano, escritor português do século XIX, deixou à posteridade uma série de contos sobre a história de seu país, Portugal. Um dos melhores entre os ótimos trabalhos elaborados, é a “A Abóboda”, cenário da época de formação de sua lusitana Pátria. É a história de um soberbo arquiteto estrangeiro, sem condições profissionais para arcar com um trabalho de gigantesca envergadura para o qual foi contratado, em detrimento de um notável e respeitado arquiteto português. Assim, como muitos políticos e muitos magistrados, mas que se vangloriam da sapiência que lhes falta.

O grande Alexandre, da Macedônia, jovem militar, construiu um império, que levou Júlio César, romano, a tê-lo como modelo de notável estrategista.

Enquanto isso, o homônimo dos três, o pequeno Alexandre, transformou-se no que há de mais nocivo ao País, pela prepotência e narcisismo, sem que tenha como fundamentar o “corte-se a cabeça” de quem lhe ouse chamar de “inidôneo” por faltar-lhe argumentos acusatórios, mas sobrar-lhe excessiva petulância com que advoga poderes que a Constituição não lhe dá. Querendo ser um grande general das leis, está deixando, na história da magistratura, a pequenez de suas ações como o mais maléfico indivíduo na intromissão de áreas, nas quais não são de sua alçada e que as leis constitucionais não lhe conferem direitos de invasão.

Não adianta pôr um nome de algum herói no filhote recém-nascido, porque não é isso que vai torná-lo idêntico à matriz, mas o caráter é que vai encaminhá-lo na vida, ou pela rota do Bem, ou pela rota do Mal, qualquer que seja o nome que receba.

Um grande Alexandre seguiu o caminho da ciência, trazendo a saúde a muitos sem esperanças. Outro, o das Letras, tornou a língua portuguesa, brilhante, com os seus contos irrepreensíveis, de natureza histórica. O terceiro, ainda mais longínquo no tempo, o das lides guerreiras, e, com pouca idade, conquistou territórios até a Índia, tornando-se um modelo de guerreiro e estratego, cujas ações são motivos de estudos na área militar, até hoje.

Enquanto isso, o pequeno Alexandre é um grande estrategista na articulação da demolição do País, no cerceamento ao livre pensamento do Povo, nas ofensivas contra o Presidente e contra todos os benefícios que traduzem resultados de trabalho cotidiano de seus agentes produtores. É um domesticado servidor do Mal, unicamente isto. Usa a língua para a distorção dos significados das leis, desde que o torcicolo semântico que dá a elas, favoreça os seus interesses que, diga-se de passagem, são inconfessáveis.

O grande Alexandre Fleming, se vivo fosse, poderia descobrir um antídoto para eliminar as moléculas maléficas, destruidoras do pequeno Alexandre.

O grande Alexandre Herculano, se ainda vivesse, poderia escrever, com maestria, a história de uma criatura perdida dentro de si mesma, por acreditar-se deus e que tudo o mais está sob a sua jurisdição.

O grande Alexandre, conhecido, em sua época, como “O Grande” (ou “Magno”), se ainda existisse, poderia mostrar ao pequeno Alexandre como era tratado um audacioso como ele, nas priscas eras.

O tempo nos mostra que cada época tem um Alexandre representativo da qualidade moral que impera ao seu redor. Tivemos o desprazer de termos, na nossa história contemporânea, tão somente, um pequeno, insignificante, prepotente, Alexandre.

Mas, devemos saber que nada acontece por acaso, e, se o País abriga um pequeno exemplar daqueles que permaneceram como grandes nomes, é porque ainda não pôs em prática o antídoto de Fleming, as ideias de Herculano e a força do Macedônio. Chegaremos à tríplice receita dentro do que estatuem as leis constitucionais, ofendidas por um ignóbil indivíduo.

É só esperar para ver … e veremos!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *