Antônio Vicente Filipe Celestino nasceu em 12/9/1894, no Rio de Janeiro. Compositor, ator e um dos cantores mais famosos do século XX. Inaugurou o sistema elétrico de gravação na década de 1920. Porém, sua voz era potente demais para os equipamentos da época. Teve que gravar a 20 metros dos microfones e de costas para eles, causando um “eco” dificultando a compreensão da letra. O problema foi resolvido quando passou a cantar com a boca no microfone.
Filho de Giuseppe Celestino e Serafina Gammano, imigrantes italianos, da Calábria. De origem humilde, trabalhou em diversas atividades e ainda criança decidiu que queria ser cantor ao participar de um recital do cantor Baiano, pioneiro ao gravar “Pelo telefone”, o primeiro samba. Passou a cantar em clubes recreativos, recebendo 10 mil-réis por dia, cedido aos pais para aliviar os perrengues da família. Numa das apresentações, o diretor da Companhia de Teatro São José convidou-o para integrar o coral.
Em 1903, participou do coral infantil da ópera Carmen, de Bizet, no Teatro Lírico do Rio de Janeiro. Na plateia encontrava-se o grande tenor italiano Enrico Caruso, em visita ao Brasil. Ele percebeu a voz já poderosa daquele menino de 9 anos destacando-se no coral. Ao fim da apresentação, dirigiu-se ao garoto na língua em que Vicente estava acostumado a ouvir em casa, convidando-o a ir estudar na Itália. Esteve na casa de seus pais e propôs levá-lo à Itália. Seus pais não toparam a ideia e Vicente jamais esqueceu essa história em sua vida.
Em 1915, foi contratado pela Companhia de Leopoldo Fróes, trocou a gravadora Edson pela Odeon e gravou mais 3 modinhas. Em 1919, começou a participar de operetas como “Amor de Bandido” e “Juriti” ao lado de atrizes-cantoras, vido a cantar em óperas como Tosca, Aida e Carmen. Não se sentindo bem na Odeon, mudou-se para a Columbia onde ficou poucos anos, pois não ficou satisfeito com a gravação da música “Cabocla Serrana”. Em 1933, ao atuar na ópera “A Canção Brasileira”, conhece a cantora e atriz Gilda Abreu e se casam no mesmo ano. Gilda conduziu artística e comercialmente a carreira do casal, levando-o ao cinema e também à composição.
Gravou cerca de 137 discos em 78 RPM, com 265 canções, mais dez compactos e 31 LPs. Tocava violão e piano e foi o compositor de muitas das suas criações. Duas delas foram temas para 2 filmes de grande sucesso: O Ébrio (1946), peça teatral transformada em filme por sua esposa, e Coração Materno (1951), ambos dirigidos pela esposa. cantora, escritora, atriz e cineasta. Em 1999 foi criado, em Conservatória, no distrito de Valença, RJ. O Museu Vicente Celestino e Gilda Abreu, com acervo doado pela família, onde os visitantes podem apreciar vídeos e gravações dos artistas.
O sucesso alcançado pelo filme O Ébrio, levou-o à televisão numa novela exibida pela TV Paulista (atual Rede Globo), em 1965. Vicente premiado e homenageado com seu nome dado a diversos logradouros. Recebeu o título de Cidadão Paulistano, em 1965 e no mesmo ano recebeu a Medalha de Honra ao Mérito, da Presidência da República. Em 1967, recebeu o diploma “A Expressão Máxima da Canção”, outorgado pelo júri do Festival Internacional da Canção. Na condição de tenor, era reconhecido como “a voz orgulho do Brasil”.
Em agosto de 1968, quando se preparava para gravar um programa na TV Record, onde seria homenageado pelo Movimento Tropicalista, sofreu ataque cardíaco no quarto do hotel e faleceu em 23/8/1968. Não contamos ainda com uma biografia para se chamar de sua, mas temos a biografia Minha vida com Vicente Celestino, de Gilda Abreu, mais focada na vida do marido, publicada em 2003 pela editora Butterfly.
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Um dos ídolos de papai.
Voz lindíssima que conheci na minha infância. Obrigada por trazer um pouco da história dessa vida que emocionou tantos brasileiros.
Celestino precisava de um biógrafo da qualidade do mestre José Domingos. Parabéns, aos dois. Há braços fraternos, e lisboetas, José Paulo.
Grato Mestre
Fico lisonjeado ao ser colocado ao lado do grande tenor Vicente Celestino.
Ganhei o domingo ! Tenha uma boa estadia na terrinha.
Hbs.
“Disse um campônio à sua amada…” Bons tempos em que só cantava no Brasil quem sabia cantar. Excelente recordação. Grande abraço, Brito.
Beleza, Airton
Como diz o bem dito “Recordar é viver”
Grato pela visita ao memorial
Há braços